terça-feira, 17 de março de 2009

A maior festa

Vou escrever mais uma vez sobre o Carnaval de Porto Alegre, mas desta vez não vamos entrar na avenida. Fiquemos apenas com o entorno da festa para levantar os aspectos que reforçam a tese de que o carnaval realmente é a maior festa popular do Brasil e nisso levo em conta apenas o fator financeiro. Quem nunca foi à pista de eventos do Porto Seco não sabe o quanto amadureceu o empreendimento que é o Carnaval. E isso se explica em uma frase: o carnavalesco gosta de gastar dinheiro com o carnaval.
Mas nem se atreva a montar teses sociológicas sobre as relações entre o dinheiro e o trabalho, aquela chorumela sobre a catarse coletiva, e que tudo acaba na quarta-feira com muita dívida e bolso vazio. Estou falando de uma parcela da população que gosta do espetáculo, paga por ele e vai atrás dele onde ele estiver, até mesmo na longínqua Zona Norte de Porto Alegre. E muitos são aqui de Viamão, podem acreditar.
Movimento econômico
Sabe aquela conta que todo mundo faz quando leva os filhos no futebol? Entrada, lanche, bebida, condução. Pois o público do carnaval gasta mais. Até porque carnaval é uma vez só no ano. Gera mais emprego, movimenta mais a economia nestas noites de folia. Não é à toa que os camarotes são disputados em leilão. Os ingressos costumam esgotar em poucas horas.
O movimento de carros e ônibus é enorme. Já era grande quando a pista era na Avenida Augusto de Carvalho, mas tomou uma proporção inimaginável agora que se mudou para longe do Centro. Bebidas, alimentação, segurança, tudo em grande quantidade. Se você não acredita, passa lá ano que vem para conferir. E depois me diga se o Carnaval não é um excelente negócio?
Ainda mais para cidades como a nossa que tem público para isso e pode atrair os foliões de toda a Região Metropolitana. Como eu sempre digo para o Hélio Ortiz, presidente da Assencarv: se a nossa festa temporona for um fracasso, já terá sido um grande sucesso, pelo simples fato de ter trazido à discussão da comunidade a necessidade de maior atenção das autoridades com o nosso carnaval.
A lá la ô...
A grande sacada de levarmos o Baile Municipal para o Vila Ventura é que atraiu tanta gente. Porque o Vila Ventura não é um hotel aberto ao público normalmente. Só para grandes eventos e isso criou um certo mistério sobre o eco-resort. Por isso quando a associação carnavalesca escolheu o Vila Ventura para o Baile, imediatamente quem tinha a curiosidade de conhecer os encantos do lugar (podem acreditar é tudo muito lindo mesmo!) tratou de reservar seu convite. E só o Musical Caravelle já paga o preço da folia.
Alô Vila Isabel!
Tirando um ou outro pessimista de plantão, ninguém acreditou no que fizeram com a nossa Vila. Saí da Passarela do Samba convicto de que estaríamos entre os três primeiros na classificação e ainda de madrugada o Dickow já festejava, informado sobre a segunda colocação no júri popular. Desde que os desfiles foram para o Porto Seco a Vila Isabel não tinha se apresentado tão perfeita em seu conjunto. Só posso reforçar o coro dos indignados. Valeu Urso!
Alô comunidade!
Só uma coisinha... Está na hora da Vila Isabel apresentar um grande tema-enredo, uma superprodução. Tá certo que está fazendo um grande trabalho, mas tema-enredo “novelinha mexicana”, da manjada luta do bem contra o mal, já era. O enredo deste ano ficou muito parecido com o de dois anos atrás. Déjà vu demais!
Coluna publicada em 28 de fevereiro de 2009.

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