Coluna publicada originalmente em 16 de junho de 2007.
terça-feira, 17 de março de 2009
Tente escapar ileso
Meu ponto fraco sempre foram os joelhos. Não que eu sofra com dores ou algum tipo de limitação por causa deles. Acontece que, na minha infância e adolescência, eu tinha que me cuidar para não machucar os joelhos. Se batesse, aí era um drama. Quase sempre, quando isso acontecia, a dor era tão forte que eu desmaiava. Tava jogando basquete, no Ramiro Souto ou no Inácio Montanha, batia o joelho e pá! Acordava já do lado de fora da quadra, tentando lembrar o que tinha acontecido e que dia era. Por isso: cuidado dobrado, sempre. Certa feita já na Ufrgs, inventaram um torneio de futebol, daqueles que são só desculpa pra fazer festa, mas com tudo bem organizado, juiz, cronômetro, até medalha tinha. Nossa turma da Arquitetura montou o time e eu fiquei no banco, sozinho. Só tinha eu na reserva. Se alguém se machucasse, do ala ao goleiro, eu era o “regra”. Torci pra não entrar, mas não deu, alguém cansou e pediu pra sair. Aqueci, concentrei e no primeiro lateral o Chimia veio, me cumprimentando, suado, extenuado. Nem deu tempo de pisar na quadra e o Staubus cobrou o lateral direto em mim. Tentei aprumar o corpo, mas não deu outra. “Ta lá o corpo estirado no chão!”. Caí direitinho em cima do joelho. Substituição com três ou quatro segundos de jogo, pra desespero do Chimia. Deve ter sido a substituição mais rápida do futebol mundial. Mas naquela hora a única coisa que passava na minha cabeça era a idéia do desmaio. Meu subconsciente deveria estar gritando com o meu consciente:- Não desmaia! Não desmaia!Lembrei desta história estes dias, conversando com amigos sobre a situação de algumas personalidades políticas de Viamão. Por um período, nossa cidade (e nossos políticos) não tinha muita intimidade com a mídia. Não só jornal. Falo de todas as mídias. A gente assiste ou lê uma entrevista de qualquer figura de outras cidades até do tamanho de Viamão e percebe a desenvoltura, o desembaraço, a malemolência com que esses políticos se expressam. Aqui não, muitos até fogem das declarações pra imprensa. Em suma, falta “cacoete”. E essa falta de cacoete, muitas vezes explica a falta de representantes de nosso município em outras esferas políticas. Nossos políticos, na minha opinião, deveriam ser mais ousados, treinar, nem que seja na frente do espelho, brincando com os amigos em algum churrasco, sei lá. Talvez, assim, a fobia passe, o cérebro responda mais rápido e a nova geração de políticos viamonenses esteja preparada pra brigar de igual para igual com políticos de qualquer lugar. E pra isso tem que passar no vestibular da mídia local. Falem nas rádios comunitárias, chamem os jornalistas nem que seja pra tomar um cafezinho, descubram como funciona uma pauta jornalística. Se liguem! O aprendizado começa muitas vezes dentro de casa, depois o mundo engole a gente.E aí, nessa hora, meu amigo, só resta um conselho:- Não desmaia! Não desmaia!
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2 comentários:
Chato, muito chato. Prolixo!
Chato, muito chato. Prolixo!
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