sábado, 6 de março de 2010

Conteúdo

Desde que iniciei a coluna aqui no DV tento cumprir um ritual. Tenho a tarefa de entregar a coluna o mais cedo possível, na sexta-feira, para que os nossos editores não fiquem preocupados com o meu material. É chegar na redação, puxar na caixa de mensagens, diagramar e está feito, só falta todo o resto do Diário para fazer. Não quero ser um fardo para os meus amigos, mas de vez em quando perco os prazos. Sempre chego do futebol da quinta-feira, tomo um banho e vou pro editor de texto (expressão dos primórdios da informática!) colocar em bits e bytes (olha aí outra!) algumas idéias.
Sempre releio a minha coluna no sábado e logo em seguida começo a pensar na próxima. Aí as idéias começam a correr pela mente (algumas correm tanto que eu não alcanço mais) e essa busca de um novo texto me tortura até a quinta. Não adianta. Não consigo preparar nada antes. Mesmo que consiga algo na segunda ou na terça me sinto impedido de sentar e transferir pro editor. Espero até o prazo se esgotar. Acho que é a prática que trouxe da arquitetura. Nós sempre deixamos nossos projetos para a última hora, nunca está pronto. Por maior que sejam os prazos oferecidos sempre fica tudo pra ser finalizado ‘em cima do laço’. E isso é torturante.
E quando as idéias não vêm?
E quando são muitas idéias?
E quando são idéias enormes que não cabem num espaço sabatinal?
Porque você há de concordar: não dá pra continuar um assunto na próxima semana. Fica morno e insosso demais. Ninguém tem a obrigação de acompanhar o colunista semanalmente e esperar que ele desenrole seus argumentos, feito episódios das matinês dos cinemas de antigamente. Tem que ser na bucha. Acertar na “cabeça e no primeiro ao quinto”.
Na coluna inaugural saí escrevendo e não me preocupei com o tamanho da coluna. Fiquei em casa pensando: será que vai caber? Será que vai sobrar espaço? Mas com o tempo a gente vai se acostumando com o espaço oferecido. Configurei a página do Word para ter o espaço e o tamanho de letra que o pessoal usa aqui no jornal e tem dado certo. E contorno vez por outra a falta de assunto com amenidades, como esta. Lá se foram dois terços da coluna e até aqui tudo bem. Mas agora esse cartucho já está detonado. Vamos ter que inventar outras desculpas pra falta de idéias.

Nem querendo
Ao final do desfile das escolas de samba em Tarumã, eu e o Tom Padilha, ao voltarmos para casa, passando pela Avenida Liberdade, constatamos o que muita gente ainda não se deu contas. O carnaval que as escolas apresentaram na passarela montada no Autódromo não cabe mais nas ruas de Viamão. Não tem propósito querer enfiar as seis escolas de samba (e que em 2011 parece que serão dez) na apertada via principal da Santa Isabel. Sem contar que seria um martírio para a população que mora nas redondezas.
Tinha dito antes que levar para as ruas o espetáculo que cresceu em qualidade e quantidade no Autódromo seria um retrocesso. Ainda bem que não deram este passo para trás. Parabéns ao pessoal da Assencarv, ao Magno e ao Helio Ortiz pela organização. Grande sacada. Entraram para a história do Carnaval viamonense.
Coluna publicada em 06 de março de 2010.

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