sexta-feira, 20 de junho de 2008

Carentes

Teve uma declaração, esta semana no DV, que criou certa polêmica lá no cafezinho da Pimpolho. Pra quem não sabe lá na Escolinha Pimpolho da Santa Isabel, todo o dia de manhã, acontece uma “mesa-redonda” onde nós discutimos os mais diversos assuntos e destrinchamos com bom humor a maioria dos jornais, diários e semanais, e entre eles o Diário de Viamão. Nada sério, sem compromisso. Nosso compromisso, na verdade, é com o bom-humor, disso fazemos questão. O engraçado é que uma escola infantil tem muito mais a ver com o universo feminino, mas lá na Pimpolho são os homens que se reúnem pra fofocar. No bom sentido. O papo é tão bom que a gente às vezes perde a noção do tempo e compromete a agenda, mas tudo bem. Já chegaram a propor a presença do prefeito pra que a gente colocasse nossos pontos de vista sobre a cidade, mas duvido que ele aceite. Porém, ouso sugerir que os pré-candidatos a prefeito fossem tomar um café com a gente lá, algum dia destes. Não seria perda de tempo, com certeza.
Declaração infeliz
Mas vamos à declaração polêmica. Numa matéria sobre a Caravana Cultural, que circulou na Quarta-feira passada, a coordenadora do projeto afirmou que Viamão tinha sido escolhida por ser um município carente. Aí a panela de pressão começou a chiar. Carente em quê sentido? Carente de manifestações culturais? Carente de artistas? Ou tem um público carente? Para nós ficou alguma coisa mal esclarecida. Ainda mais que nesta semana está acontecendo também a nossa Mostra Literária, que parece, pelo que ouvi e pude verificar in loco, está melhorando a cada ano. Parece que está amadurecendo e vai ser com certeza uma grande festa em breve. Só o fato de se mudar a postura quanto ao calendário e às atrações, valorizando os talentos locais já é um grande passo. Só que ainda acho que deve sair do centro de Viamão, mas isso com o tempo a gente resolve.
Ofertas culturais
Só que não podemos ver o cenário de maneira pontual. Nós temos é que comemorar muitas iniciativas que estão acontecendo em nossa cidade. Tivemos há um mês atrás a Festa do Arroz com Leite, que apesar da chuva, não pode ser considerada um fracasso, muito antes pelo contrário. Temos a Rota das Especiarias que está atraindo muita gente e está se mostrando viável. Temos retirado nossos jovens das ruas e utilizado o Autódromo nas sextas-feiras, com o Racha Tarumã. Temos o passeio de barco em Itapuã, e nosso carnaval está crescendo e muitos outros exemplos de manifestações sócio-culturais. O que nós não temos ainda, acredito, é espaço para a discussão.
Não é ranço
Antes que alguém interprete isso como um ranço, quero dizer que apoio integralmente qualquer proposta que possa oferecer produtos culturais para a nossa população. Não é isso que estamos discutindo. Não queremos polemizar esta questão, mas a discussão da condição cultural precisa ganhar espaço na mídia local. Outro exemplo? Temos quatro ou cinco rádios comunitárias em operação. Alguém sabe qual a proporção de música viamonense, a nossa MPV, tocando nestas rádios? Cinco por cento, dez, vinte? Não sabemos. O DV tem até mostrado boa vontade, e parabenizo os colegas da redação, só que ainda. Falta que os assuntos ganhem vida própria para o debate. Mas isso com o tempo se ajeita
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Qüinquagésima coluna
Por incrível que pareça já faz um ano que estamos ocupando este espaço aqui no Diário de Viamão. Só posso agradecer o carinho e o apoio desta maravilhosa equipe da redação que acredita no meu potencial e espero que esteja, também, agradando aos meus amigos leitores. Senão a culpa é do Dickow e do Lilja, tenho dito! Apesar de ser o primeiro ano, não me pergunte por que, mas só contabilizamos cinqüenta colunas, ou seja, vai fechar um ano, oficialmente, daqui a duas semanas. Por isso pra não criar nenhum problema com o Paulo Sant’anna, só vamos comemorar a milésima coluna daqui a dezoito anos e quatro meses.
Coluna publicada em 14 de junho de 2008.

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