Numeradas
Analisando a lista de votação, notamos que apenas oito candidatos ultrapassaram a barreira dos dois mil votos, sendo que um deles não conseguiu vaga por falta de votos da sua legenda. Depois entre os 25 candidatos que conseguiram passar dos mil votos, estão os outros sete classificados no vestibular das urnas. Pois em nossa vizinha Gravataí, apenas 14 candidatos passaram dos dois mil votos e pasmem: cinco deles passaram dos três mil votos!
Catando milho na estrada
De fato, o que acontece aqui não é diferente do que ocorre em muitos outros municípios. Nossos políticos não conseguem trabalhar seu nome em todo o território municipal e acabam investindo no “curralito”, elegendo-se com votos de uma base eleitoral. São poucos os que podem se orgulhar em ver seu nome em urnas espalhadas por toda a cidade, e muitos até nem fazem questão! E aí apostam suas fichas na roda da fortuna dos candidatos trezentinhos.
Nanicos
Tínhamos, então, 208 candidatos votados. Retiremos deste total os oito que fizeram mais de dois mil, menos os vinte e cinco que passaram de mil e restarão ainda 175 candidatos. Mas 145 destes não chegaram aos 500 votos. Sessenta e nove por cento dos candidatos não fizeram mais que 500 votos. E olha que em Viamão quinhentos votos são muita coisa.
Lideranças miúdas
Isso é porque os partidos incentivam estas lideranças menores, de quarteirão, por assim dizer. Sabem que o voto destes candidatos não migra dentro do partido. Ou seja: se o fulano não concorrer, suas intenções de voto podem ir para a conta de candidato de outra coligação ou partido e isso prejudica até as lideranças que precisam de gordura da legenda para se eleger. E isso acaba mantendo a força de muitos partidos que andam fracos das pernas neste nosso imenso município.
O terrível 51
É engraçado, mas ao mesmo tempo mostra bem a condição de muito candidato que se acha grande liderança. Um político local sempre fala do terrível 51. Ele conta que tem liderança que chegava para ele, cheio de otimismo, afirmando que iria concorrer e que faria tantos votos, arrebentaria, e ele, sereno, respondia:
- Cuidado com o 51!
E o vivente ficava se perguntando que diabos era o 51?
- É que fazer 50 votos é fácil. É o voto da mãe, do pai, da esposa, da tia, do amigo, mas o qüinquagésimo primeiro voto é muito mais difícil, pois aí acabam os parentes e as amizades, afirmava cheio de conhecimento de causa.
Sabedoria política, meu amigo.
Coluna publicada em 18 de outubro de 2008.
Um comentário:
Aprendi muito
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