domingo, 20 de setembro de 2009

Petrossal

O Dickow Jr. já havia feito a observação e a pequena explanação do Geraldinho na quinta-feira, à noite, quando recebeu o título de Cidadão Viamonense, me convenceu: ele entende muito da questão do Pré-sal e do que está envolvido no debate. E não poderia ser diferente. Nestes três anos que convivi com Geraldinho na Câmara de Vereadores, deu pra notar que ele se debruça sobre os assuntos que lhe interessam e se transforma num grande conhecedor do tema.
Mas não é sobre o Geraldo Filho que quero escrever. Voltemos ao petróleo que promete ser a redenção de todos os brasileiros. Estas reservas que descansam sob milhares de metros de água e sal vai colocar o Brasil, num futuro nem tão próximo (eu acredito que vai levar uns 25 anos) entre os quatro maiores produtores de petróleo do mundo. E falando em sal, Geraldinho nos deu uma “pitadinha” do debate que vai se estender pelos próximos meses quanto ao modelo de gestão e exploração que o governo quer adotar. Como a posição do Geraldinho é a que o PSOL sustenta em nível nacional, e que por conseqüência não é a posição vislumbrada pelo Governo Federal, podem se preparar que vem aí uma nova onda de “O petróleo é nosso!”
Longe de mim querer influenciar no posicionamento do Geraldinho a respeito do assunto (ou de qualquer outro político, Deusmelivre!), a minha humilde contribuição seria no sentido de acabar de vez com a idéia de que a garantia de grandes reservas deveria derrubar os preços dos combustíveis. Tem gente que sonha com gasolina na casa dos centavos, repetindo a imoral postura “bolivariana” de Hugo Chaves, que barateou a gasolina e criou um caos nas ruas venezuelanas. Não que eu esteja satisfeito com o preço da gasolina por aqui, mas temos que compreender que o refino de petróleo para abastecer nossos tanques é a menos nobre utilização do ouro negro.
Fora as utilizações como combustíveis, existem mais três mil produtos e aplicações que derivam do petróleo. De adubos e insumos à indústria farmacêutica, de fibras sintéticas aos revestimentos de nossas estradas. Por isso o consumo de petróleo nas últimas décadas quadruplicou. Mas a exploração e a descoberta de novas jazidas continuam no mesmo ritmo.
Antes da descoberta destes gigantescos campos de óleo sob o mar, um engenheiro químico, não me recordo em que veículo de comunicação, alertava que em alguns anos estaríamos retirando o asfalto de nossas estradas para transformá-lo em outros produtos mais nobres, como remédios e insumos para a agricultura, tentando garantir (ou prolongar) a existência humana na face da terra. Então seria irracional que agora transformemos toda esta riqueza escondida em combustível para nossa frota de carros e caminhões.
Se um modelo tem que ser adotado para a exploração, independente do modelo de parceria que se estabeleça, eu acredito que deva ser aquele que preserve estas reservas para nossos filhos, netos e bisnetos. Este tesouro não é para ser usufruído por nós, mas deve garantir às próximas gerações uma vida sem sobressaltos. Senão não tem sentido todo o nosso trabalho.

Mão boba
Aviso aos incautos viamonenses que a campanha que está sendo veiculada na mídia estadual, sobre a cortesia aos pedestres ao atravessar a faixa de segurança só tem validade (graças ao bom Deus) em Porto Alegre. Por isso sugiro que ninguém se jogue sobre as poucas travessias demarcadas de nosso município sob pena de ter que viajar de ambulância do Samu até o Hospital de Caridade.

Vestibulandas
Fiquei deveras lisonjeado com as palavras do amigo Hélio Ortiz, mas quero informar que só fiz dois vestibulares na minha vida e aprovei nos dois. Não quero macular o meu excelente desempenho com uma nova tentativa, por isso tenho que continuar acreditando na instituição do voto.
Coluna publicada em 19 de setembro de 2009.

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