Também depõe contra mim (ou a favor) o fato de nunca ter usado qualquer tipo de drogas. Nem cigarro, que juridicamente não é droga e nem é ilícita. Então nunca “viajei”, como dizem. Sei lá, nunca tive vontade de experimentar. E também, por incrível que pareça nunca me ofereceram. Os poucos amigos que usavam sempre tiveram a decência (usuário de drogas tem decência?) de não consumirem perto de mim. E acabei nunca atravessando a “fronteira”. Estes mesmos amigos, quando conversávamos sobre o problema das drogas, se admitiam a fraqueza, me diziam que eu não deveria experimentar, que aquilo não era bom e ia acabar me estragando a vida. Acreditei e continuei distante. E agradeço a preocupação deles. Estavam certos.
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O problema de quem não bebe, não fuma e não “viaja” é que não tem desculpa para suas declarações ou atitudes. Não adianta. Neguinho além de ser um chato de galocha é cobrado por tudo o que fala ou escreve. E não tem conserto. “Pô, dá um desconto, o cara tava pra lá de Bagdá, Não queria dizer aquilo”. Não tem conversa. Ou se entrar num supermercado e acabar com a seção dos hortifrutigranjeiros? Nada justifica. Quem vive de cara limpa tem que agüentar as conseqüências, não pode vacilar.
Por isso muitas vezes a saída é usar do bom humor (ou mau humor, também, que seja!) para algumas declarações. Assim, com certa ironia, as pessoas podem ficar em dúvida se você está realmente falando sério. E fica mais fácil a absolvição por qualquer esparrela. As declarações acabam perdendo a dramaticidade.
Entendidos
Gurizada tá pegando no meu pé porque agora virei, segundo eles, comentarista de Carnaval, mas não sei a diferença entre paetê e lantejoula. Não sei mesmo. E até nem me preocupo com estas questões. A discussão que tentamos promover é mais profunda, sobre a cultura carnavalesca que é muito forte em Viamão, ainda que alguns não acreditem. Ainda assim, não fico incomodado com algum rótulo de “entendido” em Carnaval. Até porque a formação de arquiteto é tão ampla que abrange muitas manifestações e ajuda a treinar a mente para o bom gosto. Até serve de sugestão a algumas figurinhas locais: façam arquitetura!
Jogar para a galera
Meu amigo Sérgio Freitas, o popular Branco, secretário da Cultura ensaiou uma enquete durante o seu discurso, na abertura do Carnaval Xô! que a prefeitura organizou na Santa Isabel. Ao microfone, Branco afirmou que os “entendidos” de carnaval em Viamão querem tirar o desfile da Avenida Liberdade e perguntou para o público presente o quê eles achavam, e a galera que ocupava as arquibancadas, gratuitamente, para ver quatro mirrados desfiles, respondeu que não deveriam retirar o carnaval da Santa Isabel, obviamente.
Ampliar a enquete
Pois eu acho que o Branco deveria ampliar, então, este debate e se preocupar também com a opinião dos outros. Tem que perguntar para os comerciantes que tiveram o comércio prejudicado pelo fechamento da Liberdade. Para os taxistas, para os motoristas, para os usuários dos ônibus e depois repetir a enquete lá no Centro e nas demais vilas de Viamão. Aí sim vamos ter o povo representado nesta pesquisa que ele começou.
Domingo é o canal
Se querem fazer o desfile na Santa Isabel, porque não fazem então no domingo à tardinha. Não atrapalha o comércio e a Liberdade já é impraticável neste dia, tomada por carros, motos e algazarra. Outra sugestão é que façam o desfile entre a Rua Diamantina e a Padre Guilherme, na altura do número 2037. Ali não tem como atrapalhar a mobilidade e o trânsito, pois se trancaria apenas uma grande quadra. Olha só! Virei entendido de trânsito também.