O dono do bolicho
Volta e meia as pessoas se perguntam o que deu errado no projeto político do Ridi. Eu tenho a minha teoria (para variar!). Acontece que Ridi, ao final de oito anos de governo, viu seus parceiros políticos debandarem atrás de votos e cargos. Não ficou ninguém, lembram? Ridi teve que se contentar em ficar “cuidando a lojinha”, como diz a turma do Bairro Bom Fim, em Porto Alegre. Ridi foi o dono do bolicho, mas não tinha ninguém ao seu lado. Resultado: teve que baixar as cortinas dos seus projetos políticos porque quando passou o ponto não foi prestigiado pelo novo dono e pela patota petista. Deu no que deu.
Sob nova direção
Agora o dono que assumiu em 2005 conseguiu renovar o contrato por mais quatro anos, mas agora tem um sócio. Sócio bom, diga-se de passagem, pois trouxe bom capital político. Mas tem um problema. Se o bolicheiro agora pensar em novos investimentos para o futuro vai ter que entregar a loja para o sócio e isso ele não fará de forma alguma.
Gurí no balcão
Quando eu tinha seis ou sete anos e viemos para Viamão, uma das minhas funções no armazém dos meus pais era ficar no balcão, brincando e avisar quando chegasse um freguês (impossível imaginar hoje uma criança sozinha em um estabelecimento comercial, os ladrões e o Conselho Tutelar não permitiriam). Mas a idéia principal era que com o tempo, enquanto a gente crescia começava a também atender a freguesia e aliviaria o fardo dos mais velhos.
Pois parece que o nosso Bolicho Viamão está carecendo de um gurí, nem que seja para passar um paninho no balcão, ajeitar as miudezas na prateleira. Alguém que libere o dono e o seu sócio (que o dono não quer nem morto que tome conta do balcão) para outros projetos. Ao que tudo indica, o atual proprietário pode estar gostando da paisagem desde atrás do balcão, mas não pode se encantar de mais, em menos de quatro anos, terá que colocar a placa na porta: “transfere-se o ponto.”
A Palestina
Por mais que nos esforcemos nunca vamos entender este conflito entre israelenses e palestinos. Podemos até fazer análises, compreender contextos históricos, mas entender o que se passa nessa relação de ódio alimentada pelos princípios étnicos e religiosos fica muito difícil ainda mais para nós brasileiros. Pode soar estranho, mas acho que terá que morrer uma geração ainda para que possa ser iniciada uma relação de paz entre estes dois povos. A geração que ainda governa Israel é a mesma que sofreu o holocausto provocado pelos nazistas e lutou pela criação do estado Judeu, muito ligada ao sofrimento e à promessa de uma pátria para os filhos de Abraão. Só nos resta torcer para que este conflito acabe logo.
Coluna publicada em 17 de janeiro de 2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário