segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pascoalinas

A coluna desta semana deu um trabalho danado, acreditem. Tudo porque no domingo à noite, pasmem, já tinha uma coluna pronta. Sei lá o que deu em mim, adiantei o serviço. Só que ela resistiu apenas até a tarde de segunda quando alguém me mandou uma idéia pelo correio eletrônico e derrubou meu castelo de cartas.
Bem feito! Quem mandou adiantar serviço. E nova coluna pronta na terça ao meio-dia. Devo confessar que juntei as duas, muitas pitadas da precursora restaram.
Mas enfim estaria pronta a coluna se não tivesse encontrado o Rubem Penz, lá na redação do DV na quarta-feira pela manhã, durante um cafezinho amigo.
- Parabéns pela coluna de sábado, lascou o Rubem.
Agradeci o elogio, ainda mais quando vem de alguém ocupa o mesmo espaço que eu, e com muito mais propriedade, nas quintas-feiras.
Mas não é que o elogio jogou pelo ralo a minha coluna, que eu já considerava pronta? A responsabilidade de tamanha consideração me fez rever a coluna e o medo de decepcionar meus poucos admiradores dirigiu meus dedos até a tecla “DEL” e foram para o éter cibernético as idéias.
Mas não pensem que é só isso. Tem também a consciência cristã, lembrando que estamos num final de semana de introspecção, de repensar nossos valores humanos, lembrarmos que Jesus, o Cristo, que deu a vida para salvar-nos, que expiou os nossos pecados, por uma vida mais próxima do Pai Eterno.
Mas essa introspecção fica difícil quando a cada dez ou vinte minutos um “fanqui pesadão” passa a todo o volume defronte às nossas casas. Foram-se os tempos em que se respeitava a Sexta da Paixão. Hoje em dia tem festa de segunda a segunda e seria incoerente esperar que esta gente respeitasse uma data tão significativa. Nem por força de lei conseguiríamos isso.
Pimenta no dos outros
A crítica não é dirigida a ninguém. Não mesmo. Só que não dá para deixar passar a notícia veiculada na quinta-feira, aqui no DV, sobre a visita de diretores do SESC atrás de terrenos para uma sede e uma creche em nosso município. Também não é de estranhar a felicidade das lideranças políticas em caravana atrás deste terreno (pelo que dizem terreno público não falta para isso) para instalar estes investimentos.
Daí, lembrei-me que se por um lado a prefeitura estende a mão para estas iniciativas, por outro enxota a vontade do poder público estadual de colocar um presídio em terras viamonenses. E tenho certeza de que não compete ao prefeito, nem daqui, nem de nenhum lugar, vetar a construção de qualquer que seja a instituição, seja um presídio ou uma creche.
Esta polêmica instalação de presídios poderia ser solucionada se deixássemos a hipocrisia de lado e os governos, estadual e municipal, assumissem a sua verdadeira relação, sem o paternalismo que gera essa enormidade de relações viciosas.
Os presídios quase sempre estão elencados nos Planos Diretores dos municípios, logo, deveriam ser protocolados nos organismos de análises das construções novas de qualquer cidade e sendo assim, aprovados para aquelas áreas onde o município permite tal construção.
Simples assim. Mas as relações viciadas, repito, determinam que se faça uma exploração política e eleitoreira da questão, com resmungos de parte a parte.
Chega de hipocrisia. Devemos respeitar o "estado democrático de direito", aprovando de forma correta a instalação de toda e qualquer construção, seja ela um presídio, uma creche do SESC ou uma simples habitação.
Uma pergunta
Por sinal: quando os governos federais e estaduais mandam para as cidades hospitais, escolas, delegacias ou outros investimentos, são respeitados o Plano Diretor e o Código de Posturas e a tramitação para análise? Tenho certeza que não, pois aí é só alegria.
Nossos ouvidos agradecem
Essa crise que se instalou com o veto à primeira-dama de Porto Alegre de cantar “Porto Alegre é demais”, durante o jogo da Seleção Brasileira me deixou de certa maneira aliviado.
A Isabela Fogaça canta em tudo que é evento da prefeitura da capital. Até parece que o Fogaça se elegeu para oportunizar palco para a mulher. E como disse o nosso amigo Rubem Penz, “não é que ela cante mal, só que a voz dela é enjoativa”. Disse tudo o Penz.
Ainda bem que a nossa primeira-dama não canta. Pelo menos não em público.
Coluna publicada em 11 de abril de 2009.

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