quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Feliz 2014!

Duas eleições para prefeito e uma eleição para presidente e governadores. Politicamente é assim que vamos fazer a contagem regressiva para a Copa de 2014, que a Fifa confirmou no Brasil, esta semana. Como muitos, também, estranhei a ausência do maior ícone do futebol mundial: Pelé. Essa cerimônia para anunciar a decisão da Fifa perdeu um pouco do charme sem a presença do Rei do Futebol, mas vá lá... Que se há de fazer.
Nós viamonistas temos o compromisso de sempre tentar fazer uma relação entre as coisas que acontecem fora do nosso município com o que acontece ou reflete aqui dentro. É como fez o DV esta semana, quando foi investigar se tinha “respingado” soda cáustica no leite do viamonense. Não vivemos numa cidadela ou em uma redoma de vidro. Os acontecimentos têm que, acima de tudo, mostrar a visão também de quem olha daqui pra lá. A mesma coisa digo em relação à Copa do Mundo. Pra nós viamonenses a contagem regressiva deve começar agora, e com um objetivo: trazer a Copa do Mundo de 2014 para Viamão!
Parece uma idéia megalomaníaca? Eu explico melhor, então. Se Porto Alegre vai sediar uma das chaves, com alguns jogos no Beira-Rio ou na Arena Tricolor (que vai estar pronta e linda antes de 2014) aonde irão se instalar as seleções? E no período de adaptação, onde estas seleções irão ficar? Hoje temos o Vila Ventura para oferecer, mas nada impede que até 2014 tenhamos mais um hotel com qualidade aceitável para recebermos as delegações estrangeiras. E os torcedores? Estes também vão precisar de acomodações e mais que isso, alguns vão querer conhecer outros aspectos e pontos turísticos de nosso estado. Vamos deixar que todos eles subam a Serra, pra conhecer Caxias, Bento, Canela e Gramado entre outras?
Mas não falo apenas de turismo. O que interessa é a iniciativa que temos que ter para acompanhar todo o processo e não perdermos o trem do desenvolvimento que um evento deste porte promete nos proporcionar. Quer um exemplo? A tão falada Linha Dois do metrô gaúcho. Em tudo que é campanha, para prefeito, deputados ou governador, aparece um espertinho pra dizer que agora sai. Não sai e nunca vai sair a menos que tenhamos um bom motivo pra instalar este ramal até nosso município, que hoje em dia seria deficitário. Agora temos uma chance de tornar o metrô viável, se ele for ampliado até o estádio do Internacional. Outro aspecto a ser destacado e discutido são as transformações que ocorrerão na paisagem urbana, as reconstruções e ampliações nos sistemas de transporte e nas vias urbanas. Todo o material necessário será retirado de algum lugar e os resíduos destas alterações físicas serão obrigatoriamente depositados em algum lugar. Aí é hora das lideranças de nossa cidade se colocarem à disposição para o planejamento. Podemos ter uma grande central de reciclagem de resíduos da construção civil, gerando empregos e transformando o que ia ser colocado fora em subproduto da própria indústria da construção. O saibro que sai de nosso município hoje já é bastante solicitado e vai ser ainda mais no futuro. Tudo isso tem que ser estudado e planejado desde agora.
Isso é só um pequeno exemplo para ser analisado. Tem ainda a questão dos alimentos, dos serviços, do entretenimento. Volto a dizer, temos que assumir uma atitude viamonista em relação à Copa do Mundo. Se o Brasil competiu com outros países, e agora a disputa é entre os estados para sediar os jogos, nossa disputa tem que começar imediatamente, pois nossos concorrentes são nomes de peso: Canoas, Gravataí, Cachoeirinha, Novo Hamburgo, entre outros. E depois não adianta chorar pelo que não conquistamos. Se eu pudesse dar um conselho aos nossos administradores, aos nossos vereadores, as nossas lideranças municipais seria esta: comecem a pensar em 2014 agora! Criem uma comissão imediatamente, nem que seja para uma reunião mensal, mas criem mecanismos que possam investigar e criar alternativas para não ficarmos de fora do processo. Porque depois dizer que a Copa não trouxe resultados para a nossa cidade pode ser discurso de derrotistas.
Coluna publicada originalmente em 3 de novembro de 2007.
Coluna republicada em 15 de novembro de 2008.

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