sábado, 19 de dezembro de 2009

Arrastando a mobília

Rumores nos corredores do poder dão conta de uma nova reforma administrativa no Executivo Municipal. Dizem que a bola da vez é a Agricultura que vai perder seu status de secretaria e vai virar outro departamento na toda poderosa pasta de Gestão e Relações Institucionais. Seria uma correção já que atualmente a Secretaria de Agricultura trabalha de forma paralela com as Obras, atuando na zona rural, já que muitos dos projetos voltados para o setor estão paralisados.
Nem vou entrar no mérito se é necessária ou justa esta alteração que ainda está no terreno das suposições, mas a gente aprendeu que em se tratando de administração viamonense, tudo pode acontecer, mas desde já coloco minhas considerações sobre o tema.
Só cabe a observação de que seria mais prudente utilizar o mesmo esquema que outros municípios pelo Brasil utilizam (em Viamão é tudo diferente, já percebeu?), unificando todos os setores produtivos na mesma pasta. Ou seja, voltaríamos à velha secretaria de Indústria, Comércio e Agricultura e colocaríamos o departamento de Planejamento dentro da Secretaria de Gestão. Aí a coisa andaria direito, como reza a cartilha.
Mas isso tudo só vale se a idéia do prefeito de acabar com a autonomia de Agricultura persistir. Eu particularmente considero um retrocesso, assim como foi a extinção da Coordenadoria da Mulher, mas se mais uma vez tivermos que reformar a administração municipal, pelo menos que seja feito de maneira correta.
De qualquer maneira, fica aqui a minha humilde contribuição.
Que seja no Centro então!
Começou uma nova polêmica sobre o Carnaval. Agora estão brigando para definir onde será o desfile do ano que vem. Eu como isabelense, gostaria que continuasse aqui na Liberdade, mas não existem mais condições técnicas para realizar um belo desfile nesta avenida. Ainda acho que o Centro também não é o lugar ideal, mas que diabos, já que ninguém quer ir desfilar no Autódromo, fazer o quê?
A passarela no Centro de Viamão parece ser a opção preferida dos carnavalescos e acho que para este ano serve. Mas temos urgentemente decidir de uma vez por todas se vamos ou não investir em um local definitivo para o Carnaval, que não atrapalhe a vida da cidade, assim como fizeram outras cidades e para não comparar com Porto Alegre, cito Canoas.
Se nosso Carnaval tem pretensões de ser grande e profissionalizar-se com o tempo, temos que pensar logo numa alternativa.
Quem sabe na avenida ao lado do Hipermercado Maxxi, ali na frente da PUC? É nova, larga e não atrapalha ninguém.
Barões do Carnaval
Não adianta. Parece que Carnaval não consegue viver longe de um barão cheio da grana. Antigamente eram os bicheiros, agora são os políticos que aproveitam para fazer uma festinha.
Com o Carnaval de 2010 eu não me preocupo mais, de “qualquer jeito” já está bem encaminhado. Eu fico preocupado é com o de 2011.
Boa-noite-cinderela
Parece que o pessoal está acordando do “boa-noite-cinderela” que tomaram em 22 de novembro.
Que venha 2010!
Não dá para a gente se queixar de 2009, não mesmo. Nossos times gaúchos tentaram novamente acabar com hegemonia paulista, mas no final entregaram a taça aos cariocas. Na política vivemos um ano de entressafra, esperemos mais emoções em 2010.
A todos os amigos e leitores deixo aqui um abraço e a torcida de que sobre sucesso e saúde para que o próximo ano seja repleto de realizações. À equipe do DV, que sempre aturou este colunista, prometo continuar o mesmo, porque só sei ser assim. É o meu jeitinho...
Feliz Natal e nos vemos novamente no ano que vem.
Coluna publicada em 19 de dezembro de 2009.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Conferência da cidade

Durante o dia de hoje algumas entidades locais, juntamente com os organismos oficiais vai discutir as propostas da 4ª Conferência Nacional das Cidades, que deve acontecer no primeiro semestre de 2010. Até o dia 15 de dezembro as etapas municipais devem ocorrer, ou seja, Viamão vai realizar a sua (novamente) ‘em cima do laço’, já que desde setembro este evento poderia acontecer, com tempo de sobra para mobilizar a comunidade e seus representantes. A culpa deve ter sido a quantidade enorme de chuvas que derramaram sobre a cidade, mas deixa prá lá.
A discussão será em cima de quatro temas propostos pelo Ministério das Cidades, mas creio que sobrará um espaço para que a conferência possa debater sobre o nosso Plano Diretor. Temos que fazer um balanço desta lei que já tem três anos e não foi ainda implementada na totalidade. Faltam várias leis complementares que nem sequer foram discutidas e eu ando preocupado com os ‘avanços’ que o Concivi tem proposto e que estão deformando a intenção do Plano, uma legislação mais moderna e aplicável. Pretendo dizer isso lá, aos outros participantes, juntamente com meus colegas arquitetos e engenheiros da Saev. Não que este seja o entendimento de toda a classe, mas temos que aprofundar a discussão sobre o futuro de nossa cidade. Temos amparo legal para isso. Já podemos reformar e ajustar nossas leis de controle e desenvolvimento urbano. Mas alguém tem que convocar a comunidade para este debate, senão vamos continuaremos nos cobrindo com uma colcha de retalhos.

Estica e puxa
Os dois empreendimentos não tem, legalmente, nada a ver com Viamão. Estão localizados na vizinha Alvorada, mas fazem frente para a estrada Caminho do Meio. Só que as construtoras, para não melindrar futuros compradores estão esticando a avenida Protásio Alves. Primeiro inventaram o número 13.000 e agora já chegaram ao 15.000. Se não pararem com isso daqui a pouco vão fazer a Protásio alcançar a RS-040.

Citadino
Não posso deixar de parabenizar a turma do Pork’s que levantou o caneco e sagrou-se campeão do primeiro Municipal de Futsal. Também vai um abraço para o pessoal da Secretaria de Cultura que fez o possível e o impossível para que o campeonato saísse. Tomara que não fique só nesta edição.

Senti falta
Acho que o torneio merecia mais atenção da Comunicação da Prefeitura. Posso estar enganado, mas não vi nada sobre o municipal, sendo divulgado de forma oficial, tanto na imprensa local quanto da Capital, que sempre divulga os torneios da Grande Porto Alegre, é só mandar as noticias.
Única distinção tem que ser feita ao Daniel Jaeger, da editoria de esportes do DV, e aos comunicadores Miguel Coimbra e Toninho Mello, da Alternativa FM. Os três, mesmo com as dificuldades que iam surgindo, tocaram seus trabalhos e abrilhantaram a competição, informando os viamonenses.

Bem na foto
Teve uns carinhas que só foram prestigiar a final para sair na foto e tirar uma casquinha da competição. Feio isso, mas é da política viamonense, nós sabemos.

Eles não dão bola
Será que os fiscais do Desenvolvimento atuam nos comerciantes dentro do Condomínio Cantegril, da mesma maneira que eles agem no resto do município, ou lá eles não dão bola?

Chapéu-de-cobra
Pessoal, eles estão de volta. O prefeito prometeu bani-los, quando assumiu em 2005, mas eu acho que alguma coisa saiu do controle.

Dois motivos para comemorar
O primeiro é a volta da Viamão FM, que por enquanto só está acessível pela web (www.radioviamao.com). do querido Alessandro Corrêa. O segundo é que, desde sábado passado, voltou ao dial a Santa Isabel FM - 91.7, do competente Celso Broda e sua equipe. Estou torcendo pelas duas grandes rádios que fizeram a história da rádio comunitária de nossa cidade.
Coluna publicada em 12 de dezembro de 2009.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Aqui não!

Desde que comecei neste espaço, há pouco mais de dois anos, volta e meia vem alguém denunciar ou reclamar do meu posicionamento diante de alguns temas. Estes me criticam e dizem que me manifesto de forma parcial puxando para este ou aquele lado. Não me importo. Digo e repito: sou parcial sim! Defendo aqui minhas convicções, meus pensamentos e não tenho a intenção de agradar ninguém.
Éticamente, só devo respeitar a editoria do Diário de Viamão e não é a toa que junto, nesta página 4, está aí, divisando com os colunistas o expediente do jornal e a sua missão. Acredito que foi programada ali exatamente para os colunistas não esquecerem de seus limites, mas também para lembrar que a liberdade de expressão, daqueles que se revezam neste espaço, está garantida. Graças ao bom Deus.
Agora estão dizendo que este colunista está a serviço de terceiros, usando de seus parcos dons gramaticais e verbais para registrar recados subliminares a mando de uns e outros. Ora, faça-me o favor! Que mentes pequenas. Estes que me acusam se dobram ao poder e salivam a menor demonstração de premiação por serviços sujos e tendenciosos, não tem capacidade nem moral para me acusar! Deveria ignorar estas insinuações, mas calar, neste momento parece não ser correto.
Aqueles que têm alguma dúvida sobre o meu comportamento, sobre a minha postura nesta coluna, por favor, venham pessoalmente conversar com este colunista, resolvam estas questões diretamente comigo, não há problema algum. Mas parem de achar que eu estou aqui, escrevendo e obedecendo interesses de outros.
Só não me cobrem postura democrática neste espaço. Se não acredito em algo que não existe no Brasil, não vai ser aqui, em um espaço de uma página por duas colunas que vocês vão encontrar democracia.
Dois motivos para comemorar
O primeiro é a volta da Viamão FM, que por enquanto só está acessível pela web (www.radioviamão.com) do meu querido amigo Alessandro Corrêa. O segundo é que a partir deste sábado volta ao dial a 91.7 – Santa Isabel FM, do competente Celso Broda e sua equipe. Estou torcendo pelas duas grandes rádios que fizeram a história da rádio comunitária de nossa cidade.
Quem souber me explica...
Se o Loteamento São Cristovão é irregular, com ameaça de desocupação judicial de seus moradores e a prefeitura sabia disso, porque é que o prefeito anunciou a pavimentação da Rua N, assumindo sozinho o custo da obra, de quase 300 mil reais, se em todo o resto do município a ordem é só pavimentar se o morador botar a mão no bolso?
Dirigente da rodada
Quando se afunilam as vagas para as semifinais no citadino, aumentam os candidatos à dirigente da rodada. Mais uma vez escolho o Carlão, do Penharol/Rasquinha, que destituiu o seu treinador, assumiu o banco e deu um nó tático no mais qualificado plantel, o Flamenguinho, do querido Tio Nairo. Parabéns ao Carlão, então.
Água da bica
Apesar da excelente iniciativa da Cultura em promover um torneio municipal de futsal, algumas coisas deixam a desejar, lá no CeMuCulDouCarPinMennet. Está faltando uma venda honesta de bebidas e algum outro tipo de lanche. Pipoca salgada e água da bica não dá mais! Fora isso, tem treinador ameaçando botar a boca no trombone sobre as condições dos vestiários. Mas sei que só vão falar se o time for despachado. Se continuar na competição, aí tudo é uma maravilha!
Menino do Rio
Apesar da derrota do Flamenguinho, continuo Flamengo. Eu que praticamente nasci e me criei ali na Gávea, não é merrrmo, Ruben Penz?
Coluna publicada em 05 de dezembro de 2009.

domingo, 29 de novembro de 2009

Colocando o blog em dia

Peço desculpas aos meus leitores pelo atraso nas postagens, mas ando numa correria que não dá tempo pra mais nada. Prometo não deixar isso acontecer novamente.

Balanço geral

Interessante esta eleição interna do Partido dos Trabalhadores, que ocorreu no domingo passado. Como diz um amigo, entre mortos e feridos todos se salvaram. Ao contrário do Hélio Ortiz, não me atrevi a nenhuma aposta sobre o resultado, mas acho que foi bastante positivo todo o processo. O mais interessante é que venceu a antiproposta, o antiprojeto para o PT. Sim, porque a proposta dos dois candidatos derrotados era de acabar com a situação em que se encontra a sigla em Viamão, com o diretório fechado e sem discussão interna dos rumos do partido e do governo. Aí o carinha saiu de casa, enfrentou fila e pagou a anuidade para dar o seu recado: deixa o partido fechado! Não tem outra leitura.



Só faltou berimbau
Muito apropriada a cor das camisetas que identificavam o grupo de apoiadores do candidato vencedor. Todos de branco. Quem olhasse de longe até poderia pensar que se tratava de uma roda de capoeira. Só faltou o berimbau, porque rasteira teve aos montes.



Quinta coluna
Alguns analisaram a vitória de Zilmar como a demonstração de que a militância estava casadinha com as intenções do prefeito Alex. Mas não é bem assim. Vamos então aos números:
A organização e as correntes esperavam que o número de votantes, neste pleito, chegasse perto de 1200, quem sabe 1250. Apareceram, então, para votar quase 400 petistas a mais e o número final de presentes foi de 1606. Temos que dar crédito à força da turma que apoiava Boscaini, pois o cálculo na outra ponta estava fechado. Não tinha mais de onde tirar eleitores, dizia a companheirada do Geraldo.
Só que a diferença entre os dois primeiros colocados foi de menos de 250 votos. Então cerca de 150 votantes que estavam na planilha de Alex e Zilmar, que foram resultado do “esforço concentrado” da chapa vencedora, acabaram votando em Geraldo Oliveira. O Hélio Ortiz garante que não, mas eu acho que a trairagem correu solta.

Colcha de retalhos
Dizem que as reuniões dos vereadores da segunda divisão, lá no Concivi, andam muito boas. Só fico bastante preocupado é com a colcha de retalhos que estão costurando em nome dos casos omissos e não contemplados no Plano Diretor. Para quem não sabe, o Plano Diretor em vigência ficou devendo toda a parte que determina o controle urbano. Gastaram muito tempo discutindo políticas públicas e deu no que deu. Agora tem que deliberar sobre tudo.
Desse jeito seria mais produtivo e, principalmente, honesto com a cidade, se começássemos a discutir um novo Plano. Já temos amparo legal para isso, falta só vontade política e vergonha na cara.

Tarumã e Stock Car
Acho que a decisão da categoria de dispensar Tarumã do calendário, alegando falta de estrutura, é questão extramuros, mas ainda assim municipal.

Coluna publicada em 28 de novembro de 2009.

Poderosos

Ah, o poder! Que estranha magia envolve esta palavra. Muitos já morreram , e por certo, mataram para sentir o gostinho de mandar, de ter suas vontades pessoais concretizadas pelas mãos de terceiros. Sexo, dinheiro, saúde, nada disso consegue superar o prazer de poder mandar. Até porque estas três coisas quem tem poder, consegue de barbada. E num país onde não existe a democracia, como o Brasil, o poder é ainda mais interessante. E não existe nos Poderes (aqueles três: Executivo, Legislativo e Judiciário) quem não se assanhe, sentindo que pode manejar os títeres do mais reles mortal. Nem o MP escapa. Pode acreditar.
Mas se você é daqueles que considera ruim a disputa pelo poder, está muito enganado. O que estraga realmente a relação dos seres humanos com o poder é o medo que algumas criaturas têm de, na verdade, perder a boquinha. Não querem por nada deste mundo perder a oportunidade de estar por cima. E esse medo é que estraga a brincadeira. Perpetuar-se no poder, passar para a posteridade como um ser infalível e poderoso acaba estragando a mente da rapaziada.
E aí eles ficam enxergando anãozinho atrás de suas escrivaninhas e a máquina emperra. Pronto! Agora só o que move estas pessoas é o medo que se estatelarem na rua da amargura. E sem o seu pirulito.


Poder paralelo
Dizem pelos corredores do poder que tem secretário que está trabalhando em uma só demanda. O resto foi transferido para uma secretaria paralela, com as mesmas atribuições, paraoficial. Eu tô achando que este secretário vai passar em branco. Nem o caneco vai entregar.


A última Stock Car em Viamão
Infelizmente pode ser que a corrida deste final de semana em Tarumã seja a última da história da Stock Car em nosso município. Andei ontem à tarde pelo autódromo e é notável a falta de estrutura da nossa pista. Foi concebida no tempo que o automobilismo brasileiro era tocado pelos entusiastas, numa época romântica, vamos dizer, e não conseguiu acompanhar o profissionalismo imposto pelos grandes inesvtidores da mídia e do espetáculo.
Sem querer achar culpados, nesta hora, volto a afirmar: temos que nos apropriar deste equipamento que muitas cidades dariam uma perna para ter em seus territórios. Depois não adianta chorar.


Piadinha do temporal
Essa me contaram e quero partilhar com os leitores. Contam que na manhã de quinta-feira, antes do temporal, um conhecido político viamonense e agora dissidente em seu partido, resolveu dar uma volta pela cidade. Foi ao Autodromo de Tarumã e elogiou toda a estrutura montada. Depois passou pelo sítio do Zé Fernando, o nosso querido Carteiro, e se encantou com toda aquela beleza natural e antes do meio-dia, encontrou o gerente da CEEE, o competente Mauro Chaves e o parabenizou o excelente trabalho da estatal em Viamão.
O resultado dos elogios, segundo os analistas políticos, puderam ser vistos depois do vendaval.


O dirigente da rodada
O título hoje vai para o Nairo, dono do Flamenguinho, que remontou o seu time, com novas figurinhas, e classificou o time da Santa Isabel para a próxima fase do Municipal. Dá-lhe Flamenguinho!

Coluna publicada em 21 de novembro de 2009.

Balzaquiana

Excelente a audiência pública sobre as rodovias estaduais que aconteceu na terça à noite, na Câmara de Vereadores. Sobre o asfaltamento até Itapuã da RS-118, acho uma pena que ele não seja pelo trajeto do Passo d’Areia. Por este tradicional percurso, iria levar mais progresso para a nossa zona rural, mas fazer o quê, o importante é que estamos na iminência de vermos esta obra concretizada.
Já a respeito da RS-040, que vai receber uma série de modificações em seus trevos, aí eu começo a me assustar. Ouvi muitos falando dos perigos e dos buracos da nossa mais importante via de ligação com Porto Alegre e não pude rebater, lá no plenário, algumas colocações. Considero a nossa RS-040 uma das melhores rodovias do Estado e também uma das mais conservadas.
Conservada no sentido de que ela, apesar de estar quase completando 30 anos, tem sua estrutura intacta. Poucos trechos dela foram restaurados ou precisaram de alguma ação mais incisiva. Onde foi retocada, foi onde outras intervenções aconteceram, podem conferir!
Outra coisa que está acabando com ela é a contínua ocupação sem planejamento dos acostamentos. Você vai notar, que em toda a extensão, a ocupação comercial e residencial, acaba jogando areia e água (quando chove) para a pista. É verdade! Os mais antigos vão lembrar que essa quantidade de água que a gente vê hoje em dia sobre a pista, quando chove, não existia. A estrada foi muito bem planejada, o que não foi planejada foi a ocupação de suas margens, pois hoje todo mundo joga os excessos das chuvas sobre a coitada da RS-040, sem nenhuma rede de escoamento pluvial. Se era obrigação do Daer ou da prefeitura pensar nisso eu não sei, nem quero saber.
Agora prometem cortar novas rótulas, deixá-las mais longas para melhorar o tempo de travessia dos carros. Será que terão o mesmo capricho do projeto original? Fizeram isso ali na entrada para o Cocão e o asfalto não está agüentando o tirão. Outro ponto que não foi tocado sobre a RS-040: o asfalto nas paradas de ônibus está, em sua maioria, deformado pelo peso e pelo tráfego. Ali teriam que encontrar uma solução, mas talvez fique para uma próxima audiência.

Apertados
Voltemos à audiência publica, mas agora para do espaço que a Câmara ocupa. Fica desconfortável colocar mais de cem pessoas no Plenário. Ta na hora dos nossos edis pensarem em uma nova casa para o parlamento municipal, até porque na próxima legislatura serão 21 vereadores se acotovelando no segundo andar da prefeitura.

Pra minha mãe, pro meu pai e pra você...
Um abraço especial para os viamonenses que se destacaram na TV esta semana. Principalmente os que brilharam no JA.

Eu acredito em Papai Noel
Me contaram que na conversa do prefeito com o Papai Noel, domingo passado, Alex pediu para o bom velhinho adiantar o presente dele para o dia 22 de novembro. O que será que o prefeito pediu? Sei não, tem gente que acha que o nosso prefeito não tem se comportado direito e não merece presente.

Dirigente da Rodada
O dirigente da rodada desta semana é o roupeiro, massagista do Allanbik, o Rafa Gall. Seu time é o único invicto no certame municipal de futsal, no CeMuCulDouCarPinMennet. Grande favorito ao título.

O colunista adverte
Apesar da campanha, minha torcida ainda é pelo Flamenguinho, único representante da Santa Isabel no campeonato.
Coluna publicada em 14 de novembro de 2009.

sábado, 7 de novembro de 2009

Rir ainda é o melhor remédio

No final do ano passado, durante a Conferência Municipal do Turismo, realizada na PUC-Viamão, em um dos grupos de trabalho e discussão de que participei, levantamos a questão que Viamão não teria (ainda) um animal símbolo, algo que representasse nossa cidade, uma mascote que pudesse ser explorado turisticamente. Algo que atraísse a atenção de quem chega ou tem vontade de conhecer nosso município.
Uma idéia me veio à cabeça:
- Por que não a mula?
Alguns dos colegas de debate deram de ombros, acharam que eu estava brincando, mas outros, percebi, ficaram um tanto ofendidos com a colocação.
Não estava brincando, com certeza. Não podemos esquecer que os muares foram uma das riquezas de nossa terra, quando tudo que interessava à Coroa Portuguesa eram as maravilhas, em ouro e diamantes, que as Minas Gerais produziam. Tanto que uma mula “bem formada” valia uma boa quantidade de escravos. Daqui da região dos Campos de Viamão saiam as grandes tropas que abasteciam o mercado sorocabano de mulas, que por sua vez abastecia às Minas Gerais.
Mas isso não vem ao caso. O que interessa, e quero voltar ao início, é a reação das pessoas. Aquelas que se fizeram ofendidas. Paro aqui para fazer uma afirmação: Não sabemos rir de nós mesmos! Não estou falando da espécie humana. Estou falando do viamonense. É verdade. Prova disso é que talvez você esteja agora ofendido com essa afirmação.
Li há poucos dias uma entrevista do Chico Anysio, enquanto esperava em algum lugar que não vem ao caso, quando lhe perguntaram como ele explicava o fato de brotarem tantos humoristas e comediantes das agrestes terras nordestinas. Para Chico isso é um subproduto da seca e da miséria. As pessoas estão tão acostumadas, tão íntimas das agruras da fome e das doenças, que só lhes resta rirem. Rir da morte, rir das cotidianas condições de subsistência. Talvez isso também explique o humor judaico, sei lá.
Mas o fato é que o viamonense não ri dele mesmo. Claro que damos boas risadas de nossas estripulias, dos amigos, de algumas situações. Mas não sabemos rir de nossa condição. De nossa relação com Porto Alegre, de nossos problemas diários, de nossos políticos, de nossas personalidades locais. Somos a capital do “dê-se ao respeito”. Já notaram nossa imprensa? Não temos chargistas que retratem nosso dia a dia, algo pitoresco, porém, relevante. E aqueles que ousam tentar não encontram nem material quanto mais espaço para divulgação. Alguém conhece alguma caricatura de alguma personalidade política de Viamão? De alguma figura da sociedade viamonense? Se elas existem estão guardadas para consumo interno, familiar.
Quando estávamos na escola sempre tinha aquele cara que colocava um apelido e que nos molestava diuturnamente. E se deixássemos transparecer nosso desconforto, aí era pior. Aprendi que se brincarmos junto, aproveitarmos a “zoação” para purgarmos nossos males, a “fúria” dos inventores de apelidos e piadas fica neutralizada. Mas nós, viamonenses, não! Não brincamos, sob hipótese alguma. Até achamos graça, afinal somos “seresumanos”, mas não incentivamos. Vai que alguém vire a metralhadora para dentro da trincheira.
Coluna publicada originalmente em 26 de junho de 2007.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Descentralizar

Sou defensor da descentralização do nosso município. Até porque esta descentralização já aconteceu, vide a força de alguns núcleos que cresceram sem nenhuma preocupação com o distrito sede. Santa Isabel, Viamópolis, Cecília, Augustas, Elza, Águas Claras. Exemplos não faltam, uns com mais sucesso, outros ainda engatinhando, mas todos conduzem naturalmente o seu desenvolvimento.
Além de descentralizador sou a favor (já disse isso) da libertação de Itapuã do julgo viamonense. Até já prometi para o vereador Geraldo Oliveira que vou continuar lutando para que Itapuã tenha, em breve, não apenas um vereador, mas sete! É uma questão de tempo apenas.

Poderes públicos
Mas quando eu falo em descentralizar, não falo somente na iniciativa comercial de estabelecer novos pólos. Estou me referindo à falta de vontade política de nossos governantes de desbravarem novas frentes para que os serviços também se espalhem pela cidade. Hoje, com exceção da Saúde, que está lá na parada 44, tudo o mais está no Centro. Até as patrolas (veja você, caro leitor) dormem em área nobre, no coração da cidade, e se deslocam do parque de máquinas, todos os dias, mais de quinze quilômetros, muitas vezes, para atender as solicitações dos moradores de nossas vilas.

Centro anêmico
Quem é contra a descentralização alega que o comércio do Centro morreria à míngua se os poderes públicos saíssem dali. Que este pólo comercial e de serviços só sobrevive porque os funcionários públicos movimentam o Centro. Mas e as outras regiões, que até hoje se desenvolveram sem uma repartição pública?
Eu particularmente tenho uma teoria que explica esta concentração de poder lá na sede. Nossos antigos governantes, com medo de possíveis desmembramentos dos distritos e a perda de equipamentos importantes para a máquina pública, não deixaram que nada fosse edificado longe da Praça Júlio de Castilhos. Isso explica porque não temos nada além de escolas e postos de saúde em nossas vilas. Até o Ginásio de Esportes (ou Centro Municipal de Cultura, que seja) foi fundado lá num sangão, perto do Açude Tarumã. Nada para as vilas. E o pior é que os novos governantes também agem como os velhos capelistas.

O dirigente da rodada
Como não entendo muito de futebol, vou me isentar de escolher um craque durante as rodadas do Municipal de Futsal, lá no CeMuCulDouCarPinMennet. Mas me disponho a escolher um dirigente em cada rodada, pela sua atuação no certame. Esta semana o “cartola” que merece a distinção é o Carlão, manager do Penharol/Rasquinha. Brilhante atuação durante a apresentação do seu time contra o representante de Itapuã.

O Nelson tem razão
Sou obrigado a concordar com o meu amigo e secretário municipal de transportes, Nelson Souza, que diz que os nossos azulzinhos não andam por Viamão procurando carros para multar, referindo-se à suposta perseguição alegada pela querida vereadora Belamar Pinheiro. Eu que costumo circular por todo o município sou testemunha de que os fiscais de trânsito não andam pelas ruas.

Dois pelo preço de um?
Quem será que levou desconto nas apresentações que a banda Cia Show 4 acertou na cidade? O prefeito em sua festa particular de aniversário ou a Prefeitura que vai trazer o conjunto musical para tocar na Santa Isabel, dia 29 de novembro?
Coluna publicada em 31 de outubro de 2009.

sábado, 24 de outubro de 2009

Batalha aérea

Na infância víamos poucos passarinhos pelos céus viamonenses. Mesmo morando na encosta sul do Morro Santana, bem próximos à matas fechadas, havia poucos pássaros, pois a molecada era o terror dos plumados, com suas fundas ou bodoques. Nenhuma espécie chegou a ser extinta, até porque hoje, com as gerações mais recentes entretidas com videogames e messengeres, ninguém se atreve a abater estas criaturas de Deus.
E a proliferação é festejada. Por nós e pelas aves. No meu quintal é uma cantoria só. Sabiás, bem-te-vis, cardeais e outros, que eu nem conheço, vêm se alimentar nas pitangueiras e cerejeiras, além de darem uma passada no drive-thru que se transformou o prato da Belinha, que vigia a casa.
Tem até o Bonde das Caturritas, que faz um arrastão vez por outra e acaba com o sossego da gente. Tem horas que ninguém agüenta a cantoria dos sabiás que pousam no muro, ao lado da janela da sala onde trabalho. Ah se eu tivesse uma espingarda!
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E tem um casal de pardais que fez ninho no beirado do vizinho, defronte o lugar onde costumo deixar o carro estacionado, à sombra de uma araucária. Este casalzinho encasquetou com a presença do carro, ali. Viram-se no reflexo dos vidros e julgaram as suas presenças virtuais uma ameaça à família que estão construindo e, enquanto o carro está ali estacionado, não fazem outra coisa senão se atirar em frenético ataque às suas imagens. E esquecem todo o resto. Tinha decidido não deixar mais o carro naquele lugar, primeiro para que os bichinhos voltassem à sua rotina e depois para que meu carro não ficasse sempre sujo (passarinhos fazem muito cocô quando estão nervosos).
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Mas não adiantou. Agora eles perseguem o carro onde quer que ele esteja. Coloco o carro na garagem e lá vão eles atrás. Deixo na rua, em frente à casa e eles também caçam seus fantasmas lá. Já coloquei jornais nos vidros, nos espelhos, mas nada demove a dupla da desatinada batalha.
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Na vida muitas vezes agimos como estes dois pardais. Enxergamos inimigos nos outros, combatemos suas idéias e pensamentos, e preparamos uma grande campanha para aniquilar um rival desprezível, sem importância alguma, que na verdade só nos desvia de nosso real objetivo. Deixamos de lado o que é verdadeiramente importante e nos jogamos de cabeça nestas cruzadas sem sentido.
Nosso quintal municipal está cheio destes pardais. De pessoas que enxergam nas iniciativas de outros uma ameaça ao seu poder e a sua confortável situação. Às vezes embalados pelo desejo de agradar, como um cão que espera um afago de seu dono, um osso, quem sabe, assumem posições contrárias a certas idéias sem ao menos saber do que se trata ou do que está verdadeiramente em jogo. Então tudo o que se diz e se faz é motivo de uma nova batalha nos ares viamonenses.
Mal sabem que estão arremessando contra seus próprios reflexos.


Oremos
Senhor, em toda a sua misericórdia, não derrame sobre nós, viamonenses, chuvas no dia 29 de novembro, para que a turma da Banda Cadillac possa enfim se apresentar e receber o tutuzinho do contrato que eles assinaram com a Prefeitura Municipal, para tocarem no aniversário da cidade.
O Senhor sabe o que é melhor para todos nós, por isso não questiono Vossas intervenções meteorológicas anteriores, mas peço humildemente que Permitas que este grupo se apresente, até porque, Senhor, a fila tem que andar.
Amém.

Alcoviteira FM
Comunicador de rádio comunitária me intercepta no Calçadão Tapir Rocha e larga essa:
- Escobar, os destinos da radiodifusão comunitária agora são decididos debaixo de lençóis...
Eu não entendi nada. Ô amigão, volta para explicar!
Coluna publicada em 24 de outrubro de 2009.

domingo, 18 de outubro de 2009

Enem

Até parece que eu não tenho nada melhor para fazer, mas ainda assim resolvi analisar as provas do Enem, que acabaram vazando e obrigaram o Ministério da Educação a remarcar as provas, e refazer todo o conteúdo. Tirando o viés politicamente-correto e a tendência esquerdista do material, resolvi testar meus conhecimentos, vinte e quatro anos depois de ter prestado o único concurso vestibular de minha vida. E me assustei com o resultado.
Não! Não levei bomba! Fui por sinal muito bem, com uma média de acertos de 92% (não sei se isso seria bom para tentar uma vaga, no atual sistema de ingresso), mas fiquei pensando nas novas gerações. Sei que os educadores vão dizer que o processo educacional hoje em dia baseia-se muito mais nas ferramentas cognitivas, explorando as experiências e a vivência do dia a dia do aluno: “o pai de Joãozinho tem um 38 com seis balas no tambor. Quantas vezes ele precisa recarregar a arma para matar 18 integrantes da gang rival?”, coisas desse tipo.
Mas eu já fui aluno e você, caro leitor, também, e agora depois de velhos e pais de família, somos obrigados a fazer uso dos clichês que nos atormentavam, quando éramos adolescentes: “No meu tempo não era assim!”. É verdade, não era assim mesmo. Só que como pai, hoje, me preocupo não com a capacidade de nossos filhos em apreender conhecimento com estes novos métodos, mas com o conteúdo que vai realmente restar em suas vidas. Porque a absorção de conhecimento está em todos os meios de comunicação, acessível por todas as mídias, também é verdade que nunca foi tão volátil. E no frigir dos ovos, tenho medo que bombardeado com tanta informação, não reste nada que se aproveite em cérebros cada vez mais frágeis.

Fórum Municipal
Apesar do baixo quorum, foi muito bom o Fórum Municipal de Comunicação, que aconteceu na quinta-feira à tarde, ali na Casa Intersindical. Quem ficou até o final da reunião estava realmente interessado no processo e muitas deliberações que vão compor o documento que a sociedade viamonense apresentará à reunião estadual, em novembro, tenho certeza que ajudarão no processo de construção de uma nova realidade nas políticas públicas para a Comunicação, seja ela impressa, televisionada, radiofônica ou pelos modernos meios de comunicação, como a internet.
Em se tratando de rádios comunitárias, deu pra notar que a maioria dos representantes tem noção do que deve mudar, mas falta principalmente a discussão sobre o verdadeiro papel destes veículos de comunicação na nossa sociedade. Sugeri, e a turma aceitou, que depois dos fóruns estaduais e federais que acontecerão até o final do ano, que voltemos a nos reunir para fazer um balanço do que for deliberado e que façamos um amplo debate sobre rádios comunitárias, e espero contar com o apoio dos vereadores, para que este encontro, talvez aconteça na Câmara, antes do final do ano. Vamos trabalhar a idéia.

Agora sai
Vai sair o Campeonato Municipal de Futsal! Fico feliz em dizer que vamos enfim ter um grande torneio que reunirá as maiores forças do futsal local.
Saindo da reunião de terça-feira, à noite no Ginásio Municipal, o Daniel Jaeger, já no carro, lascou: “Escobar, tu não estás com a sensação de que participamos de um daqueles momentos que vão fazer parte da história do município?”.
É verdade. Assim como o Carnaval no Autódromo, tem coisas que ficam como verdadeiros marcos na história de Viamão. Independente do êxito que alcançarmos, identificar as principais forças do futsal, sentadas na mesma mesa, pode ser o embrião para termos num futuro bem próximo, talvez, um time viamonense nas ligas estaduais.
O mais engraçado, é que de certa forma, o Daniel e o DV foram uma espécie de embaixador e embaixada do esporte aqui na cidade, pois todo mundo corria para lá, quando queria se fazer ouvir. O perigo é aparecer algum Zelaya e pedir asilo na sede do DV.
Coluna publicada em 17 de outubro de 2009.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A festa do Ser Supremo

A história é mais ou menos assim. Neste lugar, uma minoria era dona de quase tudo e gostava da situação. Mandava e desmandava, e enriquecia às custas do povo oprimido. Para ter um pedaço de terra, só se os magnatas deixassem. O lugar ‘tava às moscas’, porque esse pessoal do poder não estava nem aí para a turma da segunda classe, que dirá da terceira. Não tinha, hospital, escolas, estradas, mas ‘que se danem’, pensavam os tiranos, enquanto enriqueciam cada vez mais.

Capitulo um
Aí apareceu uma turma que tava a fim de mudar a parada! Se organizaram e lideraram os trabalhadores do lugar para tomarem o poder, nem que fosse na marra! E conseguiram. Arriaram do poder os centenários mandatários e começou um novo tempo por aquelas terras, baseados nos ideais de liberdade, fraternidade e igualdade, mas isso cheirava mais a socialismo.
E não é que os caras conseguiram mudar o bagulho! O povo estava no poder. Criaram até um tal de Orçamento Participativo, que era para o povo dizer como queria que as coisas acontecessem. Uma maravilha! O povo ditando seu próprio destino. E a coisa foi melhorando. Deram um jeito na Educação e na Saúde, que agora eram obrigações constitucionais do Estado e o desenvolvimento começou a chegar.

Capitulo dois
Aí um dos que ajudaram o povo a tomar o timão do destino conseguiu chegar ao mais alto degrau da escada governamental. Também estava embalado pelo ideal socialista e trabalhista que respeitava e incentivava o trabalhador a participar de todo o processo. Mas ele gostou tanto de mandar, que ficou com medo de perder o poder, algo natural e inerente à nossa condição animal.
E começou a ficar desconfiado de tudo e de todos. Enxergava ameaças em qualquer canto e logo partia para a eliminação dos supostos adversários. Dizia que não era contra ele que as forças estavam se movimentando, era contra o sistema modelar de poder do povo. Uns achavam que ele tinha minhocas na cabeça, mas que diabos, ele dizia que queria preservar o estado democrático de direito e o conjunto da sociedade como um todo, e o pessoal foi aceitando a sua caça às bruxas.

Capítulo três
Aí o homenzinho começou a perder a razão. Aniquilava seus inimigos e ditava as regras no lugar. Nada acontecia sem a sua supervisão ou fora de seus olhares. Com medo de que novos ícones interferissem no projeto de poder popular que exercia, acabou com todas as festas populares. Nada podia acontecer sem a sua autorização, sob pena de serem banidos aqueles que ousassem contrariá-lo. Nenhuma manifestação poderia ser realizada de forma voluntária e independente. E seus asseclas e lacaios, minavam a opinião pública prejulgando e condenando os que reagiam a estas decisões.

Capítulo quatro
Mas o homenzinho percebeu que o seu povo estava triste sem festas, sem comemorações, e resolveu então proporcionar ao lugar uma festa onde todos pudessem se divertir. Encarregou alguns CCs (Corpos de Confiança) para que ornamentassem os jardins e conclamassem o povo, que recebeu convites para prestigiar o festival prometido pelo detentor do poder, agora absoluto. A esta festa deu-se o nome de Festa do Ser Supremo. Durante as comemorações, o homenzinho programou um final apoteótico, onde uma grande estátua do Ser Supremo seria inaugurada.
Quando desceram o pano, para espanto geral dos presentes, a estátua era a representação literal do homenzinho! Aí a turma começou a ficar preocupada. O cara já não estava batendo bem das idéias.

Epílogo
Para muitos historiadores, a Festa do Ser Supremo foi responsável pela derrocada de Robespierre. Passo a passo, a França revolucionária entrou em refluxo. Sepultou-se por muito tempo a idéia de uma democracia das massas. De República radical, a França transitou para a calmaria do Diretório, em 1795, que por meio de um golpe fez chegar ao poder um jovem general, Napoleão Bonaparte.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

domingo, 4 de outubro de 2009

A rainha do Carnaval

Como a gigantesca maioria dos viamonenses, que têm a necessidade de cruzar a fronteira e trabalhar em outras cidades (ao contrário de uns e outros), não fui muito íntimo do cenário político viamonense, no período em que Tapir Rocha foi prefeito. Para estes viamonenses, o mito ultrapassou a figura humana e o seu legado ainda é muito forte.
Também não tive a sorte de conviver com a Dona Laís, mas sei de sua importância na vida política de Viamão quando, ao lado de Tapir, começou a grande transformação cultural de nossa cidade naqueles anos de reabertura política. Então, não tenho muito o quê dizer de Dona Laís, apenas lamentar a perda desta grande viamonense.
Algumas vezes pude admirar o fascínio que Dona Laís exercia sobre as pessoas. Isso é inegável, ainda mais quando capturamos pequenos episódios contados por aqueles que conviveram com esta mulher que soube de maneira inteligente se fazer presente na história de nossa querida cidade. Mas destaco três momentos muito próprios, que vivi próximo à Dona Laís. São as percepções deste colunista.
Registrei em vídeo a inauguração do busto de Tapir Rocha, em abril do ano passado. Seus filhos e netos fizeram uma bela homenagem ao líder político e era notável que Dona Laís estava radiante, contente e com a sensação de dever cumprido, pois Tapir recebera o justo reconhecimento.
Em outros dois momentos, na posse da diretoria da Assencarv e depois, na homenagem que a Unidos da Vila Esmeralda fez ao político Tapir, pude novamente observar a grandiosidade desta senhora. Todos se emocionaram nas duas ocasiões com a sua presença, dignificando a figura do homem que ajudou, politicamente, a construir. Por isso foi a mais nobre passista de nossa festa popular em 2009. Ainda bem que a festa foi grande, monumental até, e as imagens não me deixam mentir.
O carnaval do Autódromo foi o melhor palco para a homenagem ao nosso ex-prefeito e deputado estadual, mas foi o brilho de Laís Rocha que corou toda aquela homenagem e justificou a iniciativa da Assencarv. Ela foi a nossa rainha, do alto do seu carro alegórico. E não existiu figura maior naquela passarela do samba. Tenham certeza disso.

A última primeira-dama
Fiz uma breve pesquisa e cheguei à conclusão de que a Dona Laís foi a última primeira-dama do município, de fato. Outros prefeitos que sucederam Tapir não tiveram companheiras (isso é o que dizem) que estivessem lado a lado com seus maridos, no trato e na lida diária que a política exige. O vereador Dédo disse muito bem, quando lembrou que Tapir foi um privilegiado, pois teve uma companheira que lutou ao seu lado. Poucos políticos conseguem hoje em dia a doação e a solidariedade de suas esposas na carreira pública.

Vídeo na internet
Vou providenciar para os próximos dias uma versão deste pequeno registro videográfico, da inauguração do busto de Tapir Rocha na web. Vou postá-lo no meu blog (identidadeviamonense.blogspot.com) e também no Youtube.com.

A contribuição da Caroline
A leitora Caroline Garcia enviou algumas das traduções que fez das pichações em nossa cidade.
"Meus pais olham com cara feia para quem me critica, sem refletir se estou correto!"
"Meu pais me ensinaram que violência se rebate com violência!"
E ainda, "Meus pais tentam agredir, de alguma forma, quem tenta me educar!"
E ela completa: Escobar, acredito que a base para tudo está no primeiro grupo, ou seja, a família, através da educação que pai e mãe devem dar. Um grande abraço.
Você está coberta de razão, Caroline.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Crime e castigo

Deveríamos comemorar o incidente envolvendo o castigo modelar do aluno do Barão de Lucena, não porque no caso, tenhamos nos sentido vingados, ou aliviados em saber que uma professora agiu como nós gostaríamos de agir frente a estas ocasiões, ainda mais que afrouxamos tanto a marcação sobre nossos adolescentes que é notório que nós somos reféns de um mundo “quase” sem limites.
Deveríamos comemorar porque do ponto de vista viamonense, encontramos um motivo para a indignação coletiva, que vinha ruminando diante de várias conjecturas. Suportamos as horrorosas pichações pela cidade, a violência sem controle, os desmandos políticos, entre tantas outras coisas que nos deixam indignados, mas vínhamos tolerando e calando. Parecia que nossa comunidade não tinha capacidade de colocar para fora o que achava dela mesma, mas graças a Deus, conseguimos ultrapassar a barreira da mediocridade e mesmo que tenha sido necessário que extrapolasse os limites territoriais de Viamão já vimos que temos massa cinzenta nos crânios viamonenses.
Não vou tecer parecer sobre as inúmeras manifestações que passaram pelas páginas do Diário de Viamão, porque isso não é importante. O que importa é que o viamonense colocou sua opinião para fora. Tomou posição, e isso é o que conta. Imaginem a quantidade de outros assuntos que corroem a mente de nossos conterrâneos e eles não mexem uma pestana para se fazerem ouvir. Mas isso é questão de tempo. Pois todos aqueles que resolveram tornar públicos os seus pensamentos, creio que não voltarão para a obscuridade.
Fiquem na luz, queremos vê-los e ouví-los mais vezes!

Ah, se fosse meu filho...
Essa história que “se fosse o meu filho eu apoiaria a professora” é muito relativa, vamos combinar. Ninguém, por mais centrado que seja, seria tão passivo diante de uma reprimenda pública aos seus filhos. Existe um sentido de preservação da espécie e da prole que é maior que qualquer convenção social. Senão seria normal a quantidade de pais que sucumbem às vontades lisérgicas de seus filhos. O mais interessante que o enredo desta história parece muito com a que acabou de sair, dias destes, dos folhetins televisivos, quando uma família aplaudia e incentivava as maluquices e contravenções do filhinho mimado. Harebaba!

Quinze minutos de fama
Punir o aluno fazendo com que ele repare o dano não é errado, mas nestes tempos de celulares com câmeras, há de se tomar cuidado, pois as imagens são multiplicadoras da ação e tornam a intenção punitiva muito maior do que se pretendia. Era um corretivo que teria que ficar entre os colegas de sala de aula e a professora. Mais do que neste universo, seria, acredito sim constrangimento e humilhação.

Agora com legendas
Com alguns amigos tenho me esforçado em decifrar os incompreensíveis rabiscos que os pichadores colocam cada vez mais alto, nos prédios de nossa cidade. Alcançamos progresso na pesquisa e deciframos o que foi inscrito no alto do novo prédio do Foro, ainda em fase de construção. Eis algumas das frases traduzidas:
“Meus pais não me deram atenção nem limites.”
“Socorro! Sou fruto da sociedade decadente.”
“Sou um idiota! Não estou nem aí para as leis.”
“Isso aqui não é arte! É vandalismo, sim!”
Se alguém tiver mais traduções destas coisas ridículas que estão acabando com a nossa cidade, podem mandar para este colunista.

Um jeito novo de fazer campanha
Já que a campanha eleitoral ainda é proibida, fora dos períodos estabelecidos pela lei, este colunista inaugura uma nova forma de fazer propaganda. Alguns sósias estão espalhados pela cidade, aumentando o meu raio de ação, para que eu esteja presente em muitos eventos ao mesmo tempo. A primeira vítima desta minha campanha foi o meu amigo e vereador Joãozinho da Saúde que jura que me viu no Parque das Águas, na quinta-feira à noite.
Joãozinho: não era eu! Era um dos meus cabos eleitorais, o João Lourenço, da Madeireira Tarumã.
Um abraço aos dois Joões, então.
Coluna publicada em 27 de setembro de 2009.

domingo, 20 de setembro de 2009

Petrossal

O Dickow Jr. já havia feito a observação e a pequena explanação do Geraldinho na quinta-feira, à noite, quando recebeu o título de Cidadão Viamonense, me convenceu: ele entende muito da questão do Pré-sal e do que está envolvido no debate. E não poderia ser diferente. Nestes três anos que convivi com Geraldinho na Câmara de Vereadores, deu pra notar que ele se debruça sobre os assuntos que lhe interessam e se transforma num grande conhecedor do tema.
Mas não é sobre o Geraldo Filho que quero escrever. Voltemos ao petróleo que promete ser a redenção de todos os brasileiros. Estas reservas que descansam sob milhares de metros de água e sal vai colocar o Brasil, num futuro nem tão próximo (eu acredito que vai levar uns 25 anos) entre os quatro maiores produtores de petróleo do mundo. E falando em sal, Geraldinho nos deu uma “pitadinha” do debate que vai se estender pelos próximos meses quanto ao modelo de gestão e exploração que o governo quer adotar. Como a posição do Geraldinho é a que o PSOL sustenta em nível nacional, e que por conseqüência não é a posição vislumbrada pelo Governo Federal, podem se preparar que vem aí uma nova onda de “O petróleo é nosso!”
Longe de mim querer influenciar no posicionamento do Geraldinho a respeito do assunto (ou de qualquer outro político, Deusmelivre!), a minha humilde contribuição seria no sentido de acabar de vez com a idéia de que a garantia de grandes reservas deveria derrubar os preços dos combustíveis. Tem gente que sonha com gasolina na casa dos centavos, repetindo a imoral postura “bolivariana” de Hugo Chaves, que barateou a gasolina e criou um caos nas ruas venezuelanas. Não que eu esteja satisfeito com o preço da gasolina por aqui, mas temos que compreender que o refino de petróleo para abastecer nossos tanques é a menos nobre utilização do ouro negro.
Fora as utilizações como combustíveis, existem mais três mil produtos e aplicações que derivam do petróleo. De adubos e insumos à indústria farmacêutica, de fibras sintéticas aos revestimentos de nossas estradas. Por isso o consumo de petróleo nas últimas décadas quadruplicou. Mas a exploração e a descoberta de novas jazidas continuam no mesmo ritmo.
Antes da descoberta destes gigantescos campos de óleo sob o mar, um engenheiro químico, não me recordo em que veículo de comunicação, alertava que em alguns anos estaríamos retirando o asfalto de nossas estradas para transformá-lo em outros produtos mais nobres, como remédios e insumos para a agricultura, tentando garantir (ou prolongar) a existência humana na face da terra. Então seria irracional que agora transformemos toda esta riqueza escondida em combustível para nossa frota de carros e caminhões.
Se um modelo tem que ser adotado para a exploração, independente do modelo de parceria que se estabeleça, eu acredito que deva ser aquele que preserve estas reservas para nossos filhos, netos e bisnetos. Este tesouro não é para ser usufruído por nós, mas deve garantir às próximas gerações uma vida sem sobressaltos. Senão não tem sentido todo o nosso trabalho.

Mão boba
Aviso aos incautos viamonenses que a campanha que está sendo veiculada na mídia estadual, sobre a cortesia aos pedestres ao atravessar a faixa de segurança só tem validade (graças ao bom Deus) em Porto Alegre. Por isso sugiro que ninguém se jogue sobre as poucas travessias demarcadas de nosso município sob pena de ter que viajar de ambulância do Samu até o Hospital de Caridade.

Vestibulandas
Fiquei deveras lisonjeado com as palavras do amigo Hélio Ortiz, mas quero informar que só fiz dois vestibulares na minha vida e aprovei nos dois. Não quero macular o meu excelente desempenho com uma nova tentativa, por isso tenho que continuar acreditando na instituição do voto.
Coluna publicada em 19 de setembro de 2009.

sábado, 12 de setembro de 2009

As bandas de lá

Ainda não estou convencido com esta mudança que a Administração Municipal resolveu fazer há dois anos atrás trocando a ordem dos desfiles cívicos aqui em Viamão. Antigamente o desfile de Sete de Setembro acontecia na Santa Isabel e no dia 14, desfilavam no Centro as escolas das regiões mais próximas da sede do município e algumas escolas representando o Quarto Distrito. E era uma maravilha.
Aí, não sei por que cargas d’água, resolveram inverter e colocar na Santa Isabel, no feriado municipal, um festival de bandas marciais das escolas viamonenses. E o caldo entornou, porque os comerciantes e moradores da Santa Isabel não gostaram desta mudança. Porque é contraproducente! Será que ninguém na organização dos desfiles viu isso?
Acontece que por mais que isso doa ao senhor prefeito e a seus assessores, a maioria dos moradores da região do Quarto Distrito mora em Viamão, mas trabalha em Porto Alegre e em outras cidades. No dia sete de setembro, sendo feriado nacional, todos estão em casa e se dispõem a acompanhar seus filhos em idade escolar, no desfile que acontecia na Avenida Liberdade, e por isso, por muitos anos, o desfile da Semana da Pátria foi a maior manifestação popular da Santa Isabel. Segundo informações da BM, chegam a circular, neste dia, pela avenida e arredores quase 40 mil pessoas. É muita gente!
Ora, quando o prefeito decidiu inverter os desfiles, acabou atrapalhando o dia a dia dos viamonenses que trabalham fora do município. Ou será que esqueceram que os ônibus não fazem horário de feriado dia 14? E a vida dos isabelenses se transforma num inferno com o bloqueio de ruas, comércio trancado, enfim, a vida dessa região de Viamão fica engessada porque resolveram complicar e acabar com uma tradição que vinha dando certo há pelo menos 50 anos.
Parece que fica difícil de raciocinar o óbvio. Mas aí a culpa não é minha.

Shana Quos aderiu ao Viamonismo
Primeiramente quero te parabenizar quanto a sua coluna de 08 de agosto passado. Muitas de suas palavras são inquietações minhas. Não foram poucas as vezes que fui chamada de "louca" por gostar de morar em Viamão e também por ser uma pessoa que busca a melhoria de seu município e de seus municípes.
Sou formanda do curso de Turismo da PUCRS e desde o início do curso, coloquei na cabeça que assim que me formasse queria trabalhar para desenvolver o turismo de minha terra. Tive a oportunidade de falar com alguns moradores sobre o que eles conhecem da história e dos atrativos de Viamão. Como era esperado, boa parte não conhece praticamente nada e quando comecei a falar sobre algumas características, percebi que acendia um brilho em seus olhos.
Também pude perceber uma grande revolta dos empreendedores locais com o nosso Poder Público. Fiz um estágio no Departamento de Turismo da prefeitura, onde pude compreender essas insatisfações dos empreendedores. Com essas experiências consegui entender um pouco mais sobre como se forma a identidade de nossos cidadãos e o porquê de algumas pessoas rejeitarem a sua verdadeira raiz.
Apesar de todos os possíveis problemas, ainda sim, tenho orgulho em ser moradora de Viamão e de ser mais uma adepta do Viamonismo. Portanto, "companheiro" (sem nenhuma alusão partidária) podes me colocar em sua lista e contar comigo para sensibilizarmos os moradores dessa terra tão importante e linda onde temos o privilégio de nascer e morar.

E o churrasco do Lula...
Antes que alguém me acuse de ser o responsável pela pataquada no churrasco paulista que o presidente ia oferecer ao colega Sarkosy, da França, me antecipo e declaro que lá em casa nem a carne do churrasco eu compro. Quem entende de churrasco é a minha esposa, Dona Carmen.
Coluna publicada em 12 de setembro de 2009.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Augustas

Agosto foi um mês daqueles.
Muito frio, muita água, muita gripe, muito pânico. E férias desta coluna. Confesso que foi bom. Este distanciamento me deixou um pouco mais tranquilo para voltar e escrever. Devo confessar que em vista dos acontecimentos municipais, senti uma vontade danada de interromper a licença autoconcedida mas, que diabos: tinha determinado para mim que não boicotaria uma decisão e resisti.
O id e o ego até que tentaram um motim e se aliaram a um alterego para que eu largasse a vagabundagem e retomasse o teclado, mas não aceitei. Alegaram que o momento histórico que a cidade, o estado, o país, o mundo e o escambau estavam passando não poderia ficar sem o nosso olhar. Que as futuras gerações, quando fossem arqueologicamente analisar este fragmento espaço-temporal, encontrariam um vácuo. Um mês sem a análise deste colunista. Balancei com os autoelogios mas, não!
Que aguardassem setembro.

Sou candidato
Tomei uma decisão em caráter quase irrevogável. Torno público aqui neste espaço que serei candidato a vereador nas próximas eleições municipais. De antemão aviso que não é uma escolha pessoal e que atenda simplesmente satisfazer a minha vaidade pessoal.
Tomo esta decisão baseado nas inúmeras conversas com amigos e leitores desta coluna que me incentivam a colocar o meu nome à disposição de algum partido e pleitear uma cadeira no Legislativo local. Alguns dizem que tenho a inteligência necessária para o posto, se bem que duvido que inteligência seja requisito para a vaga.
A questão é que a convicção com que alguns me assediam, até me fazem pensar, onanisticamente em concorrer, a pelo menos participar, pois como já disse Coubertin: “o importante é competir”.
Pelo amor de Deus! Alguém me convença a desistir da idéia antes que seja tarde!

Palhaçada cívica
Com todo o respeito que o assunto merece, e até por isso, não posso deixar de registrar a minha indignação com o que eu vi esta semana, em pleno centro de Viamão. No finalzinho da tarde de quinta-feira, o Fogo Simbólico que fora acesso na terça, dois dias após o que recomendava a Liga de Defesa Nacional (entidade que promove o Civismo e o amor pela Pátria e foi fundada em 1916 por Olavo Bilac), ardia solitário sem ninguém para guardá-lo como é de praxe e protocolar.
Vale lembrar que a Pira da Pátria aqui em nosso município não é fixa, e que o Fogo pode ser escoltado e guardado em local fechado e vigiado durante a noite, mas jamais extinto.
Mas o pior foi que, por volta das 21 horas, o Fogo estava extinto! Ninguém zelava por um dos símbolos comemorativos da Semana da Pátria. Então vira palhaçada todo o cerimonial de acendimento da chama: autoridades locais, grupos de escoteiros, bandas marciais. Tudo perde o sentido se não damos valor ao que representa esta iniciativa.
Aqui não há espaço, mas publico em meu blog (identidadeviamonense.blogspot.com) as imagens que registrei e que considero um desrespeito.
Coluna publicada em 05 de setembro de 2009.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Desrespeito com o Fogo Simbólico

18 horas: sob a proteção armada ninguém zelava pala chama da Pátria
21 horas: além de abandonado, o Fogo Simbólico também estava apagado.























MPV

Musica Popular Viamonense!
Quem usou pela primeira vez esta expressão (que eu saiba) foi a Gládis Helena, locutora da Viamão FM, lá no início da rádio, no Conversa de Bar, quando um montão de jovens e velhos músicos e compositores iam lá pra Rádio apresentar seus trabalhos. Apareceu tanta coisa boa que o Identidade Viamonense virou um programa que só toca música de Viamão. E tem muita música pra tocar! Mas você sabia que a música de um viamonense está entre as 100 maiores composições brasileiras de todos os tempos? Você já deve ter cantarolado:

“Me faz pequena, asa morena/me alivia a dor,
aliviando a dor que mata /me faz ser teu amor...”

Essa canção ficou famosa na década de 1980 na voz de Zizi Possi, e foi escrita por Zé Caradípia, que cresceu ali na Viamópolis, na Rua Tiradentes. Tenho que confessar que quando o entrevistei para a Revista Viamão, há quase dois anos, fiquei um tanto emocionado, pelo orgulho de conhecer o compositor deste verdadeiro tesouro. Se você colocar todas as músicas brasileiras, compostas em todos os tempos, em um quilo de arroz, as cem maiores cabem em um único grão. É neste verdadeiro Olimpo musical que está a pérola de Asa Morena. Então Asa Morena só pode ser a maior música viamonense de todos os tempos! E aí vou me atrever a classificar a segunda maior composição. “Regime Fetal”, de Marcelo e Marquinho Binatti é indiscutivelmente, para mim, a segunda maior canção viamonense. E olha que só tomei ciência da música depois de conhecer a maioria das composições do Tio Marcelo. Há poucos dias Marcelo recebeu uma justa homenagem na Câmara de Vereadores, pelo seu belo trabalho nas cinco edições do Som do Pimpolho, a maior manifestação fonográfica que já aconteceu por estas terras, reunindo grandes artistas pra cantar com os alunos da Escolinha Pimpolho, da Santa Isabel. Regime Fetal tem 22 anos, mas se torna cada vez mais atual. Se você ainda não conhece, eu a transcrevo, mas vá atrás de uma cópia do CD do Femuvi de 1985. Vale a pena por ela e pelas outras composições.

“Tens Jesus, te traduz/ “Teimosia, amores e cruz”
De um Ortiz, vermelho diz/ Garrafais: Somos todos iguais!
Diferentes te comparam/ Com europas, cachopas de gente
És moldura das demais/ Na fome dos nossos jornais.

Verdes praças que te cercam/ De poeira, sangue e fé
De barreiras em distâncias/ Serás o que Deus quiser
De crenças, conservas, nuvens/ Santos, índios, velhos nomes
Assaltos, sarros prosseguem/ À noite o perigo dos “homi”

Nasce mais um dia/ Isso é que é paixão
Natureza dona da tradição Nasce mais um dia/ Isso é que é paixão
Natureza chama: Revolução!

Voluntários dessa terra/ Peito encerra ódio e paixão
Crianças adulteradas/ Doutrinadas num sermão
Padre Bernardo, preito, prefeito/ No direito de falar
De culpados inocentes/ Tanta gente a nos julgar

Isabel, Elza e Cecília/ São mães, são vilas
Do mesmo pai
Tão temida Esmeralda/ Véu grinalda, triste vai
Aos pontapés, “palavrão”/ Lisboa, chão, Sabão, fiscal
E o alto preço da passagem/ Pra viagem capital

De paradas trinta e dois/ Ações, arroz, suor, enxada
Cruzados braços neste laço/ Passo a passo, estrada
Independentes esquecidos/ Num gemido dizem cantar
No sustento de outros tantos/ No entanto a explorar

Ante amigos foragidos/ Desprotegidos do saber
Do fumo, rola bola, história/ Nós agora... Reviver!

Isabel, Elza e Cecília/ São mães, são vilas
Do mesmo pai
Tão temida Esmeralda/ Véu grinalda, triste vai
Aos pontapés, “palavrão”/ Lisboa, chão, Sabão, fiscal
E o alto preço da passagem/ Pra viagem capital

Nasce mais um dia/ Isso é que é paixão
Natureza dona da tradição
Nasce mais um dia/ Isso é que é paixão
Natureza chama: Revolução!”

Coluna publicada originalmente em 18 de agosto de 2007.

Bairrismo

Não sou do tempo dos homens de terno vermelho. Mas sei que foi uma invenção da CDL de Porto Alegre com forma de constranger os maus pagadores. Se você atrasava suas contas no crediário, poderia receber a visita destas figuras que, pela cor do traje, constrangiam os inadimplentes junto à sua vizinhança. Quem é que gostaria de receber tal visita? Ninguém! Hoje em dia com tantos direitos para o consumidor ninguém se arrisca a colocar o cliente numa saia justas dessas.
Mas sou do tempo que cada loja tinha o seu crediário próprio. Não era essa profusão de cartões de crédito e bandeiras bancárias que oferecem crédito direto ao consumidor. Íamos ao Centro (e estou me referindo ao Centro de Porto Alegre, como todo bom isabelense) e passávamos, com minha mãe, mais tempo no setor de crediário do que propriamente comprando, para responder os intermináveis questionários do cadastro. Os mais velhos devem lembrar: muitas lojas pediam referências e o melhor era já apresentar os carnês de compras e, de preferência, em dia.
Acho que foi nessa época que começaram a chamar as vilas de Viamão de “bairros”. A gente chegava à loja e quando dizia que era de Viamão, vinha a pergunta: “Qual a parada?”. Não importava se a sua casa fosse longe demais de uma parada, tinha que relacionar. Assim todas as vilas da Grande Santa Isabel eram da Parada 32. Mas logo em seguida, quando as lojas passaram a entregar para o proponente a ficha de cadastro, para ele próprio preencher, apareceu uma palavra que não estávamos habituados a usar: bairro. Mas Viamão só tinha vilas, como é que fica?
Há pouco tempo atrás um vereador de nossa cidade decretou, via projeto de lei, que nossas vilas estavam promovidas à categoria de bairro. Só pra aumentar, segundo ele, a auto-estima dos moradores que se sentiam discriminados: quem mora em “vila” é “vileiro”. Nem adianta lembrar que a origem da palavra remonta às conquistas romanas que definiam as casas de campo dos nobres romanos como “villa”. O importante é que Viamão não tem ainda bairros. O novo plano diretor, aprovado no final de 2006, parece que definiu dez grandes divisões territoriais para nossa zona urbana, que iriam determinar os bairros de nossa cidade, mas acho particularmente que não se respeitou a história de cada região. Não dá pra reunir a Grande Santa Isabel e a Grande Cecília num grande bairro. Assim como a São Tomé e a Santo Onofre não podem ser um bairro único. Mas as vilas e pequenas denominações ao redor de uma referência podem ser agrupados num só bairro. Assim poderíamos reunir as Augustas e as vilas próximas num novo bairro. O Santa Isabel, também seria a união das vilas que hoje já se consideram integrantes da Santa Isabel, e assim por diante. A melhor opção seria deixar a cidade se organizar, pela afinidade entre os nossos núcleos urbanos. E aí talvez a coisa funcione. Mas que a prefeitura não tome a responsabilidade para si. Nem os vereadores, senhor presidente! Porque as coisas parecem funcionar melhor quando nossos poderes constituídos não se mechem. Senão as coisas não acontecem mesmo. E nem me falem em Ministério Público!
Santas Cecílias, Batman!
Tomamos a liberdade, eu, o Lilja e o Binatti, de organizarmos um Fórum de Discussão (bonito, não?), para deliberarmos algumas soluções para o grande dilema da Vila Cecília: afinal, a Cecília é santa ou não? E também aproveitamos para tentar resolver o grave problema dos ônibus municipais que insistem em usar o “santa” na frente do Cecília. Já que não conseguimos comover os gerentes das empresas para que consertem os letreiros (é só “Cecília”), vamos iniciar um processo de “beatificação” de todas as linhas de ônibus, e para isso vamos convocar os párocos de todas as igrejas viamonenses. Por isso, de agora em diante a Monte Alegre passa a se chamar São Monte Alegre, o Elza será o Santa Elza, o Fiúza também será santo e até a Brahma, que já era engarrafada, agora também é santificada. Só não resolvemos como chamaremos o Santa Isabel, o São Tomé e o Santo Onofre.
Coluna publicada originalmente em 19 de abril de 2008.

domingo, 16 de agosto de 2009

Tropa de elite

Juro que não era esse o tema que eu pensava abordar na coluna de hoje, ia falar de carnaval. Mas fiquei de certo modo empolgado com a idéia de defender essa minha tese depois de apresentá-la novamente, durante a palestra que eu e o Lilja tivemos o prazer de levar aos alunos do EJA, durante a 5ª Feira Literária de Viamão, na quinta-feira passada. Já faz algum tempo que ela foi criada, volta e meia coloco ela em discussão, mas ainda não apareceu ninguém para rebatê-la.
No melhor sentido da palavra, “elite” acima de tudo representa o que de melhor existe em uma sociedade, comunidade ou classe. É o escol, a nata, a fina-flor, o melhor dos melhores. Claro que talvez tenhamos desvirtuado a palavra quando a empregamos para definir o conflito de classes ou castas, mas está lá no dicionário, pode conferir! Elite é o modelo que deve ser perseguido, é o exemplo que um determinado grupo segue e almeja. Veja no futebol: as pessoas querem copiar a elite do futebol, seus jogadores, seguir seu exemplo e, positivamente, tentar entrar também para essa elite. É normal e sadio. Nossas crianças se espelham no exemplo dos grandes jogadores, nos Ronaldos e Kakás que o futebol criou.
Até aí tudo bem, mas pergunto: onde está a elite viamonense? Não aquela que tem carrões e pode viajar para Disney. Falo da elite que tem que dar o bom exemplo. Que deve ser perseguida como esperança de um amanhã melhor. Sabemos onde está?
Se você imaginar que uma pirâmide representa tridimensionalmente nossa sociedade, então, descarte o modelo egípcio de pirâmide. A pirâmide viamonense está mais para as pirâmides astecas, pré-colombianas, sem ponta. E sabe por quê? Porque a elite não está lá. Não assumiu a sua posição de destaque. E se você investigar melhor descobrirá que nossa elite se conforma em assumir o terceiro ou quarto degrau da elite porto-alegrense. Literalmente, desceram a “lomba” para ficarem protegidos numa camada mais baixa da pirâmide. Em suma, nossa elite não cumpre com sua função social. Não serve de motivador e exemplo para quem vem de baixo. Faça esse exercício com qualquer segmento, não estou falando de coluna social, de bailes e comendas. Peguem os advogados, os arquitetos, os músicos, os escritores, os artistas, os jogadores, os médicos, enfim, qualquer categoria. Viamão parece não ser suficiente! O céu é o limite! Antes que se tornem referência local, já sonham com outras paragens.
Entendam, mais que uma crítica, isso é uma triste constatação e um desabafo. Precisamos de nossa elite cumprindo com suas funções aqui. Elas são as referências de uma sociedade e infelizmente este marasmo cultural, social, político e econômico é também reflexo dessa apatia e omissão das elites. Eis a tese, a quem interessar discordar, fica o agradecimento.
Coluna publicada originalmente em 6 de outubro de 2007.

sábado, 8 de agosto de 2009

Viamonismo

A primeira vez que tive um contato mais próximo com a história viamonense foi quando cursava a oitava série no Walter Jobim e fomos entrevistar a viúva de Victor Américo Cabral, para um trabalho sobre Viamão. Ele tinha escrito, em 1976, um livro que contava um pouco da história de nossa cidade e até ganhei um exemplar, que se perdeu no meio das infindáveis pesquisas universitárias de minha irmã, no curso de História. Confesso que não me recordo de toda a obra, mas na sua essência, o que interessa é que naquela época, com 13 anos, eu descobri que nossa cidade tinha muito mais que uma lenda sobre a visão de cinco rios que deram nome ao município ou uma trincheira no Tarumã, palco de heróicas batalhas. Ali, e depois, em outras obras e conversas, pois muitas histórias têm se perdido por agrafismo, comecei a perceber que temos uma rica cultura e um rastro genealógico a seguir. Em resumo: nossa história tem que ser contada. Aí você dirá que já estamos fazendo isso. Os tradicionalistas e nativistas têm se preocupado em manter acessa a chama da cultura gaúcha. E agora o Poder Público também está mobilizado recolhendo registros de nossa cultura, de nossa gente e seus hábitos. Com todo o respeito, nativismo e tradicionalismo, com a melhor das boas vontades, na verdade pasteurizam algumas idéias e colocam tudo no mesmo saco. Fazem parecer que o gaúcho daqui é igual ao gaúcho de lá. E mais do que reunir depoimentos, precisamos forjar uma mentalidade viamonense. Temos a obrigação de fundar uma nova idéia. Temos que fundar o Viamonismo! Neologismos à parte, o que interessa é a raiz da palavra e do ideal: Viamão. Talvez você não saiba, mas você mesmo pode já estar participando deste movimento. Toda a vez que uma notícia é veiculada nos grandes centros, sobre Viamão, vai dizer que você não fica indignado com a falta de informação que muitas vezes estas matérias deixam transparecer? Quer um exemplo? Nosso garoto prodígio da música viamonense, Lucas Lima, quando esteve em entrevista no Programa do Jô, em rede nacional, deixou a impressão que Viamão é só mais um lugar ao lado de Porto Alegre. Não foi culpa dele. Longe disso. A culpa é da pouca importância que damos a algumas questões que são relevantes para a formação da auto-estima de nossa gente. Se o menino Lucas estivesse engajado no Viamonismo, saberia que nossa cidade tem uma bela história pra contar e se orgulharia dela. Algumas pessoas sem querer já estão fazendo parte deste movimento. São “viamonistas” porque, todos os dias, fazem alguma coisa pelo movimento. Meus amigos, Paulo Lilja e Silvio Monteiro são exemplos disso. O Sílvio, com seus sítios na rede mundial de computadores, de alguma forma está contribuindo para criar a discussão sobre nossa condição. E o Lilja, que durante anos juntou informação sobre a terra, agora transmite toda esta bagagem em palestras nas escolas. Aliás, tem uma frase do Paulo que sintetiza essa nossa vontade e necessidade de engrossarmos as fileiras deste novo movimento: “Viamão é a estrela e Porto Alegre é o buraco negro que suga a nossa luz. Temos que virar as costas pra este abismo e olharmos com mais carinho para as nossas realizações”. Afinal de contas, a história mais bonita nem sempre é a mais interessante, mas sim a melhor contada. E a nossa é muito mais interessante. Só precisamos aprender a contá-la. Viamonistas uni-vos! Nada tens a temer!
Coluna publicada originalmente em 15 de setembro de 2007.

sábado, 1 de agosto de 2009

No final do baile

Infelizmente chegamos tarde ao baile. E justamente no momento em que o país se pergunta se devemos continuar pagando o banquete servido aos convidados. Mas ainda assim, mais do que lamentarmos, temos é que comemorar a posse de nosso primeiro deputado federal em duzentos e sessenta e oito anos de existência.
E nesta hora, lembro de todas as outras oportunidades que os viamonenses nativos perderam, elegendo políticos de outras paragens. Lembro de todos aqueles viamonenses por opção, que na ‘hora-agá’ resolveram votar em seus conterrâneos, motivados pelas ligações umbilicais com suas querências. E aqui não cabe recriminação a nenhum dos dois grupos enunciados. Todos nós temos nossa parcela de culpa no processo débil que se perpetuou até agora.
E pensar que perdemos o baile da Constituinte, há vinte e cinco anos atrás.
Um pequeno passo...
Se o Geraldinho aceitasse a minha humilde sugestão, eu colocaria em seu discurso de posse, na próxima terça-feira, uma sentença, parafraseando Neil Armstrong, quando pisou na Lua: “Um pequeno passo para um homem, um grande salto para Viamão”. Pode não ser muito original, mas o que importa é a verdade contida na expressão.
Adoraria estar presente
Havia dito ao Geraldinho que iria à Brasília assistir a sua posse, logo depois do resultado das eleições de 2006, quando ele conquistou a primeira suplência federal do PSOL, pois era só uma questão de tempo surgir uma oportunidade, com uma licença da deputada Luciana Genro.
E estava tudo programado para que esta promessa se concretizasse em setembro próximo, na data que tinha sido programada anteriormente. Não estar presente neste momento histórico me deixa de certa maneira chateado, mas prometo que compenso e em breve visito o gabinete do nosso deputado federal Geraldinho Filho.
A frase para os pórticos
Quero dar a minha sugestão para a frase que poderia estar gravada nos pórticos que a prefeitura promete instalar em breve pelas entradas da cidade e pelo que pude entender, não deverá ser escolhida pela comunidade, ou em nenhum concurso.
Já que a maioria dos moradores vem de outras localidades e todo mundo diz que adotou ou foi adotado por nossa cidade, bem que a frase poderia ser:
“Viamão, o orfanato de todos os gaúchos”.
O que não tem conserto...
Nem tudo correu dentro do programado pelo Executivo na reunião que apresentava as modificações no trânsito do Centro. No momento que acabou a explicação dos técnicos da pasta dos Transportes, a comunidade começou a reclamar de algumas soluções.
Natural, nem todo mundo vai sair satisfeito, ainda mais quando estão sendo defendidos os interesses do “conjunto da sociedade como um todo”. No final ficou decidido que uma comissão formada pelo “conjunto da sociedade” vai se reunir com os técnicos e esmiuçar o projeto e apontar alternativas para o modelo apresentado.
Dez por um
Aposto dez por um que esta reunião não sai. E se sair, as propostas das entidades que espernearam na reunião de segunda-feira, à noite, serão novamente derrotadas pelos “interesses do conjunto da sociedade como um todo”.
Onde fica mesmo?
Se o prefeito Alex vive dizendo que sempre morou, trabalhou e estudou em Viamão, como é que ele conseguiu se formar em História?
Parabéns ao Enísio
Quero deixar aqui um abraço à toda turma da Velha Capital FM pelos três anos desta rádio comunitária, em especial ao seu diretor Enísio Matte, pela sincera homenagem que recebeu esta semana, na Câmara de Vereadores.
Sucesso e continuem o belo trabalho.
Coluna publicada em 01 de agosto de 2009.

domingo, 26 de julho de 2009

O trote

Tenho um amigo que é muito bom em trotes telefônicos. Um verdadeiro expert. Algumas coisas aprendi com ele. Segundo ele, não é a voz que deve ser imitada, mas a maneira como a pessoa se comunica, seus cacoetes e frases. Ele consegue enganar as vítimas por muitos minutos, e só depois que ele se enche da brincadeira se revela, para desespero do ludibriado, entre risos e ameaças.
Segundo ele, você só tem que dar a linha e deixar que a pessoa fale. Quem imita não deve conduzir a conversa, só dar a confiança para que o interlocutor caia sozinho no trote. Aprendi isso com ele e tem funcionado, ainda mais quando quem atende não é a vítima, mas uma terceira pessoa.
Aí vira covardia.
Foi o que o Hélio fez
Pois foi exatamente isso que o Hélio Ortiz conseguiu fazer na sua coluna, na quarta-feira. Usou uma frase minha para fazer o prefeito Alex abrir o coração e dizer o que achava da louca idéia de derrubarem o prédio da prefeitura, em plena praça.
E Boscaini soltou o verbo. Vou deixar que o próprio Ortiz continue esta historia, mas convém registrar que a idéia não foi minha não. Foi Tapir Rocha quem pensou primeiro esta ação, que poderíamos batizar de Operação Babilônia (em referencia aos jardins suspensos do prédio da prefeitura), para derrubar a sede do governo.
Um centro cultural seria bem vindo
Uma idéia interessante, entre as muitas que evaporaram nas últimas semanas, seria a de um centro cultural. Talvez a própria Câmara de Vereadores ficasse com todo o prédio e administrasse junto com a comunidade um grande centro cultural, com salas para as mais diversas manifestações, um grande anfiteatro, uma sala de exposições e ainda todos os serviços necessários para que o Poder Legislativo funcione com qualidade.
Até a biblioteca pública poderia ser absorvida pelo centro cultural mantido pelos vereadores. Seria um golaço dos nossos legisladores.
Tem nome?
Aliás, alguém sabe se o complexo da Administração Municipal tem nome? Só não me venham com Tapir Rocha, outra vez.
Eu já sabia
Conversávamos sobre o desenvolvimento da cidade, durante a posse da nova diretoria da SAEV, na terça-feira passada e o Reanulfo Pacheco, o mais antigo engenheiro de Viamão, lascou essa em referência ao progresso da região da Santa Isabel: “Aquela região já se emancipou faz tempo, só ainda não contaram para os nossos governantes”.
Ainda bem que foi dito por um capelista.
Crescimento vegetativo
Outro assunto que rolou foi sobre o crescimento de Viamão, nos últimos tempos. Chegamos à conclusão de que o crescimento de nosso município tem acontecido muito naturalmente, e sem a participação dos poderes municipais. Ou seja: não é o trabalho dos governantes que tem auxiliado nossa cidade a crescer, até certo ponto, tem atrapalhado.
Viamão se desenvolve a passos de cágado porque tem a necessidade natural de crescer. Porque as pessoas têm naturalmente a necessidade de investirem onde moram e isso empurra os serviços e o comércio na mesma direção. Nada do que os governantes e legisladores fizeram nos últimos vinte anos fez nossa economia crescer de maneira sobrenatural.
Estamos crescendo lenta e vergonhosamente, para tristeza dos viamonenses.
Muito frio
Fazia tempo que não sentíamos um frio tão intenso. Algum ambientalista se atreve a falar em aquecimento global nestes dias?
Essa não dá nem para contar...
É sério, não dá para contar mesmo!
Coluna publicada em 25 de julho de 2009.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Três anos

O Hélio Ortiz há poucos dias me passou uma informação que até então eu não tinha me dado conta. Ou no mínimo havia esquecido. Faltam pouco mais de três anos para a Copa do Mundo! Verdade! Temos que estar com quase tudo pronto não em junho de 2014, mas em junho de 2013, quando teremos a Copa das Confederações, que serve, mais ou menos, de teste para a estrutura que o Brasil vai apresentar às nações que participarão do torneio de 2014.
E eu não me dei conta porque há pouco mais de dois anos, escrevi aqui uma crônica comemorando a escolha de nossa pátria para sediar a Copa. Lá, naquele momento estávamos a sete anos da primeira partida, mas as coisas acontecem muito rápido e o tempo é implacável.
E o que foi feito até agora? Praticamente nada, a não ser comemorar algumas iniciativas que talvez nem alcancem a nossa reles cidade. Até agora estamos felizes com o que vai ser implementado em Porto Alegre.
Em Viamão? Nada.
Homens de visão
Ando um pouco preocupado com a falta de visão de algumas autoridades viamonenses. E não falo apenas dos nossos governantes, mas também de nosso empresariado (menos do André Pacheco, senão vou ter que dar direito de resposta). Eu já não aceito mais a conversa fiada de que falta dinheiro para fazer qualquer coisa que não seja varrer rua, pintar cordão de calçada e reformar escolas.
Onde estão os grandes projetos para o nosso crescimento? Onde estão as transformações que podem mudar a cara de nossa cidade e, aí sim, mudar a realidade e a auto-estima da nossa gente? Não temos. Realmente não temos. Porque não temos homens que se atrevam a pensar no nosso futuro (não me venham com projetinhos como o Viamão+20).
O futuro se faz com muito planejamento e cotovelos calejados sobre pranchetas, rabiscando, tentativa e erro. Mas nossos líderes estão preocupados é com os seus futuros políticos. Infelizmente.
Saev
Na próxima terça-feira, dia 21, a Associação de Arquitetura e Engenharia de Viamão vai escolher a sua nova diretoria que vai comandar a entidade pelos próximos dois anos. Como só se apresentou uma chapa para o embate, desde já parabenizo minhas colegas Amélia Antunes Fortes, Maria Izabel Brenner e Maria Cecília Cimirro, presidente e vice-presidentes, respectivamente, pela coragem.
Já tive o prazer de representar nossos colegas em uma oportunidade e sei o quanto é difícil mobilizar a turma em uma cidade tão grande como Viamão e que infelizmente não respeita a nossa profissão, a começar pela própria prefeitura. Prometo que tentarei estar mais próximo de vocês para ajudar no que for preciso.
Mãos à obra, meninas!
São Tapir Rocha
O maior político viamonense, hoje tão reverenciado poderia ter sido “canonizado” se tivesse posto em prática o seu plano de derrubar o prédio da prefeitura, esse monstro que enfeia a nossa Praça Júlio de Castilhos, aqui no Centro.
Tapir seria lembrado e festejado não como o político que construiu, mas como o prefeito que destruiu uma aberração.
Alô, alô vereadores
Seria bom se os vereadores prestassem atenção no que está acontecendo no Concivi. Ando meio assustado com o que o “conselho dos anciões” está fazendo lá no Walter Graf.
Já pensou se a moda pega...
Vereador lascou essa num cantinho do plenário, na sessão da última quinta-feira, a respeito da manifestação de alguns professores defronte a casa da governadora, na Chácara das Pedras, em Porto Alegre: “se essa moda pega, aqui em Viamão, será que teríamos que fazer duas manifestações?”
Eu, sinceramente, não entendi.
Coluna publicada em 18 de julho de 2009.

domingo, 12 de julho de 2009

Absolvição

Com certeza de todas as homenagens e manifestações pelo passamento de Michael Jackson, o mais comovente e tocante foi o de sua filha, de onze anos, que singelamente definiu o que sentia pelo pai. Naquele momento eu, um simples mortal, muitas vezes incentivado pela mídia (eu confesso), que também considerava uma aberração toda a transformação que este gênio da música fez com a sua própria vida, fui obrigado a absolvê-lo de todas as suas acusações.
Primeiro como pai, tocado pela declaração de um filho, em toda a sua tristeza e desgraça. E depois como filho, que também já senti o que é a perda de alguém que se ama muito.
Muitos criticaram, nestes anos todos, a exploração e a perversidade do pai de Michael Jackson, que roubou-lhe a infância simples para dar ao mundo um dos maiores artistas de todos os tempos. Longe de concordar com a exploração infantil e os maus-tratos, mesmo que possam ser justificados mais tarde, dá para imaginar o que teria acontecido se o velho Jackson não tivesse insistido, ao seu modo, para que o filho cantasse?
Já pensou se Pelé tivesse passado por toda esta tortura para que seu futebol se transformasse no que foi para o esporte mundial. Não dá, mesmo!
Ainda o racismo
Por duas vezes levantei questões aqui na coluna que foram interpretadas como racismo. Emails chegaram, um tanto desaforados, mas poupo meus leitores do conteúdo. Com relação ao episódio com o argentino Maxi Lopes, novamente voltaram à carga.
Infelizmente sempre que a palavra “raça” é usada já demonstra certa desigualdade e superioridade. É assim!
Quando usamos a expressão “raça gaúcha”, mesmo que esta raça não exista, estamos enaltecendo nossas qualidades em comparação com outros povos e regiões. As torcidas e locutores esportivos então, nem se fala. Adoram utilizar esta palavra para qualificar nossos times, e isso é racismo. Porque racismo não é só a distinção de cor. Racismo é utilizar qualidades destacadas em um grupo como forma de evidenciar a sua superioridade. E não fui eu que inventei o racismo.
Justa homenagem
Não tenho relações de amizade com o comendador Antônio Ávila, mas tenho que registrar a grande homenagem que o vereador Dédo ofereceu a este importante viamonense. Mais do que o reconhecimento dos nossos vereadores, a grandeza deste cidadão tem que ser medida pela envergadura de sua vida e de suas amizades que vieram prestigiar o evento. O Toninho Cascalho, como é chamado pelos amigos de longa data, é um dos personagens mais importantes da política, não só viamonense, mas da história brasileira recente, quando nosso país se viu mergulhado nas sombras da ditadura militar.
Se pudéssemos simular o que teria acontecido no Brasil, se os militares não tivessem concretizado o Golpe de 1964, Antônio Ávila é a pessoa certa para nos auxiliar no desenho deste país que não vingou, após os anos dourados de JK. Por isso faz-se urgente o registro da memória deste homem, antes que a natureza leve a riqueza de suas lembranças para sempre.
Mágoa
O próprio comendador desfiou sua mágoa durante a homenagem na Câmara Municipal. Ele disse ter ficado surpreso ao ver que a história de sua família, que teve um Intendente Municipal (Antônio Campos de Ávila, 1921-1925) e um vice-prefeito (seu avô, Salustiano Ávila) não estivesse nas páginas do livro Raízes de Viamão, confeccionado pela prefeitura.
Esparrela histórica
É inacreditável que um projeto que rendeu um livro com mil, quinhentas e poucas páginas não tenha alguma citação a esta importante família viamonense.
Não se preocupe Toninho Cascalho, sua vida e sua trajetória merecem um livro só para o senhor.
Raízes II
Será que vem por aí um “Raízes de Viamão II”, para reparar alguns esquecimentos oficiais?
Coluna publicada em 11 de julho de 2009.

sábado, 4 de julho de 2009

Orgulho gaúcho

Certamente vamos querer apagar esta semana que passou das nossas memórias, pelo menos em se tratando de futebol. Nossas equipes, representantes da valentia e da bravura gaúcha, deixaram os forasteiros entrarem no salão, dominarem o baile e ainda por cima dançaram com a mais bela prenda. Uma vergonha para o povo que se orgulha de ter, um dia, amarrado seus cavalos no obelisco, em plena capital federal de então. Vai ser difícil recuperar o respeito no centro do país.
Primeiro o Internacional
O Inter começou a perder o segundo jogo da decisão da Copa do Brasil quando Fernando Carvalho denunciou, através de um dossiê, uma maquinação maluca que pretendia entregar o título ao Corinthians.
Só esqueceram-se de dizer ao dirigente colorado que o time paulista tinha uma boa vantagem e sua denúncia “blindou” a arbitragem (que foi excelente, diga-se de passagem) e tirou a responsabilidade das costas dos jogadores colorados. Qualquer coisa que acontecesse (e aconteceu) era por culpa do juiz. Uma temeridade o que fazem alguns dirigentes.
Depois o Grêmio
Já o Grêmio decretou o seu fracasso na Libertadores quando crapichosamente decidiu esperar por um técnico que tinha compromissos com outro time, lá do outro lado do mundo. Vamos combinar que o estilo de Autuori não é o que a torcida está acostumada. Mas o treinador chegou cheio de moral e valorizado pela própria espera que a direção aceitou. Isso reforça as convicções do treinador e vai ser difícil alguém agora querer criticar.
Ainda por cima nosso time está muito abaixo do nível que o Grêmio merece. Nenhum de nossos jogadores tem personalidade e se abatem facilmente com resultados negativos. E não é de hoje. É só lembrarmos do Brasileirão de 2008, quando de uma hora para a outra começamos a perder pontos importantes e entregamos um campeonato de pontos corridos para o São Paulo. Aí ficou fácil culpar o treinador e sacá-lo quando a coisa encrespou no Gauchão deste ano.
Dossiê Gauchão 2009
Aproveito para tornar pública também uma denúncia sobre o Campeonato Gaúcho. A Federação Gaúcha armou contra todos os outros times para favorecer o Internacional. Sim, é verdade!
Para que o Inter não passasse o ano do seu centenário sem um título, como aconteceu com o Grêmio em 2003, a FGF ajeitou o campeonato para que o Colorado fosse campão e iludiu a sua torcida, além do que o nível deste ano, no certame regional foi muito baixo. E vai ser só este o título do time da margem do Guaíba para 2009. Se conformem, por favor.
Ainda o trânsito
Sei que o trânsito aqui no Centro não é nenhuma maravilha, mas temos que concordar que com a estrutura medieval que são as nossas ruas, é difícil qualquer intervenção que resolva. Ainda mais que os comerciantes insistem em querer que as pessoas passem de carro defronte às suas lojas.
Precisamos urgentemente que a Bento Gonçalves seja alargada, entre a Isabel Bastos e a RS-118, e para isso a prefeitura deveria convencer a Empresa Viamão a recuar um pouco e perder um pedacinho do seu latifúndio urbano de quase oito hectares.
Senão, não tem conversa. Precisamos de uma via estrutural para onde possa desaguar o tráfego do Centro e diminuir a pressão nas outras artérias. Como um corpo humano, a região do Centro está próxima de um colapso se nossos governantes não tomarem uma atitude ousada.
Eu queria ver
Por que a Acivi, que se coloca como a representante dos empresários e do Comércio de Viamão, não luta também por melhorias no trânsito da Santa Isabel ou lá da Parada 17, na Augusta, onde também é complicada a situação dos comerciantes, com aquela rua estreita e movimentada?
Está na hora de criarmos uma seção da Acivi para o 4º Distrito. Ou então assume logo que estão se lixando para as vilas de nossa cidade.
Coluna publicada em 04 de julho de 2009.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Minhas fotos na Zero Hora

Na cobertura da passagem do Lula pela Vila Bom Jesus, na sexta-feira, capturei mais de 200 imagens. Quando o Lula começou a falar de futebol, notei que este cara começou a se manifestar lá de fora do evento, de cima de uma escada.


Enquanto os profissionais, com suas poderosas teleobjetivas fotografavam o Tarso Genro (que é gremista) e o Olívio, que é colorado, fazendo caras e bocas com a brincadeira do presidente, senti que a foto emblemática da situação era esta do gremista, lá atrás do Lula.


Aposta certa, as imagens saíram e fico feliz pelo reconhecimento dos amigos que me avisaram do feito.

sábado, 27 de junho de 2009

Black or White?

Acho que até não poderia ser diferente. Os grandes mitos não podem morrer de velhice. Seria estranho, muito estranho mesmo, se Michael Jackson morresse velhinho, sentado numa cadeira de balanço, na varanda de sua fazendola californiana, a famosa Neverland.
Numa retrospectiva rápida, todos os grandes ícones desse poderoso mundo que é a música nos deixaram precocemente. De Gardel a Elvis, passando por Hendrix, Carmen Miranda e Lenon, todos ficaram mitificados exatamente por terem nos deixado um legado maior que a sua existência terrena.
Michael Jackson talvez tenha sido o último ícone que ficará para a posteridade. Na verdade não sobrou nenhum. O quase septuagenário Mick Jagger insiste em rebolar pelos palcos e Madonna já mostrou que está em boa forma e vai alcançar a marca de Dercy Gonçalves. Então não sobrou mais ninguém.
Com Jackson também se vão os últimos elos que nos ligam aos anos oitenta, quando o Pop invadiu o mundo, embalado pela era Reagan.
Naqueles anos oitenta, nós tínhamos medo da guerra fria, de bombas atômicas e a música, francamente, era um tanto alienante, mas foi lá que se determinou o futuro do show business. Michael foi o maior vendedor de discos do mundo, com grandes sucessos no topo das paradas por vários anos. Hoje, quando a venda de música já nem existe mais por culpa da internet, isso parece mesmo coisa do passado.
A indústria do videoclipe, por exemplo, não foi inventada por Jackson, mas ele a transformou e fez os clipes mais atraentes. Jackson é indiscutivelmente o Rei do Pop, porque foi o resultado de tudo o que a música negra produziu nos últimos sessenta anos. Tudo reinventado e liquidificado para conquistar o mundo. Esse talvez seja o seu legado. Pena que nenhuma das apresentações programadas para a sua volta tenha acontecido, para nos dar uma idéia do que ele mostraria para os seus fãs. Visto desta maneira, parece até que tudo foi ensaiado, mais uma vez.
Ala petebista
Causou desconforto em algumas lideranças petistas de Viamão, que ciceroneavam algumas figuras estaduais no encontro que o PT promoveu domingo passado, a decisão da corrente governista de não se posicionar nem tampouco debater a corrida ao Governo do Estado, tão importante para um partido que se diz tão democrático. A ala petebista do PT, que entendeu ser prudente não descer do muro agora, quer esperar o caldo engrossar, mas parece mais uma atitude fisiologista, esperando para só aderir quando cavalo do delegado já estiver no paddock. Pegou mal no encontro e vai ficar pior ainda no futuro.
Hei de torcer, torcer, torcer...
Se antes a minha relação com a seleção brasileira era de indiferença, nesta final da Copa das Confederações tenho que confessar que vou torcer contra a equipe do Dunga. Principalmente pelo tratamento dado aos clubes gaúchos, desfalcados por seus principais jogadores em momentos tão decisivos. Claro que dirão que Victor não tem a mesma importância de Nilmar, mas o goleiro gremista dava um pouco mais de segurança para a nossa zaga. Nem adianta, não mudo de opinião: vou secar direto a seleção.
Macaquitos
Nem pensar defender qualquer manifestação racista, mas podemos enriquecer nossa compreensão sobre esta questão que volta e meia assombra nossa relação com os vizinhos argentinos, como no episódio envolvendo Maxi Lopes, em Belo Horizonte.
Desde a Guerra do Paraguai os argentinos se referem a nós brasileiros como “macaquitos”. E não é pela cor. De acordo com relatos da época, os argentinos menosprezavam nossas tropas porque os exércitos platinos (Argentina e Uruguai) lutavam defendendo as suas nações republicanas, enquanto nossos soldados lutavam para defender as terras do Imperador Dom Pedro II. Diziam então que éramos “macaquitos” (bonecos de marionetes), pois homens livres lutam por um ideal e não por um monarca.
Coluna publicada em 27 de junho de 2009.