domingo, 11 de maio de 2008

Ano eleitoral

Uma das principais pautas dos nossos telejornais tem sido a cobertura da corrida à presidência da potência norte-americana. E cheguei à conclusão de que a Estatística foi inventada pelos americanos com um único e exclusivo propósito: justificar o sistema eleitoral bicentenário deles. Não se esforce para entender o modelo, é perda de tempo. Mas pergunte a qualquer estatístico e ele vai justificar o formulismo. Para eles, estatísticos e estado-unidenses, isso é muito natural. Até porque eles (agora os norte-americanos) essa estória de eleição é completamente irrelevante, ainda mais que o voto é facultativo. Mas continuemos espiando-os, aqui dos trópicos meridionais.
Voto Facultativo
E por falar em voto facultativo, me lembrei de uma palestra que o deputado constituinte e ex-secretário de estado, Roberto Ponte, apresentou em um encontro do CREA, alguns anos atrás em São Miguel das Missões. Dizia o deputado que as pessoas reclamam que no Brasil o voto é obrigatório, o que ele discordava. Para ele, o voto no Brasil, depois da nova Constituição de 1988, era mais do que facultativo, era um direito da cidadania, e argumentava: o cidadão vota num dia que ele não tem nenhum outro compromisso, só votar e depois aproveitar o resto do dia. Se não quisesse votar, poderia ir até a sua seção eleitoral e anular seu voto, ou votar em branco, logo, votar não era obrigatório. Se ainda assim não quisesse votar e, por exemplo, resolvesse viajar para aproveitar o dia que o país reservara para que ele exercesse o seu direito à cidadania, poderia ir até uma seção neste outro município (ou qualquer outro no caminho) e justificar sua ausência no processo eleitoral. E se isso não fosse suficiente, poderia nos dias subseqüentes, deslocar-se até um Cartório Eleitoral e, também, justificar sua falta. E se ainda não fosse isso o bastante, poderia em qualquer momento, antes da próxima data que o Tribunal Eleitoral reservasse para outra eleição, pagar uma pequena multa (mais barata que uma passagem de ônibus) e livrar-se de qualquer problema com a Justiça. Em resumo, o brasileiro reclama de barriga cheia!
Beijinho Doce...
Democratas e peessedebistas estão novamente em lua-de-mel. Parece que a paz voltou ao Palácio Piratini, com a trégua entre a Governadora Yeda e o seu vice, Paulo Feijó, com direito até às fotos no aperto de mãos. Alguns comentaristas da capital até festejaram a troca de beijos entre os dois, sepultando qualquer magoa que, garantem eles, ficou no passado. Aviso aos navegantes: até Judas beijou Cristo.
Breve num cinema perto de você
Amigos atentos e leitores vorazes de tudo que se escreve em nosso município pedem e eu atendo prontamente, abrindo espaço para este serviço de utilidade pública: a única sala de cinema de Viamão não está fechada, ao contrário do que algumas pessoas têm comentado. E o mais engraçado é que estamos sempre “propagandeando”, sem interesse comercial nenhum (o próprio DV informa todos os dias os horários e os filmes em cartaz no Cine Santa Isabel) e as pessoas nos ligam pra dizer: “que pena... fechou de novo o cinema...”. Pois bem, não fechou e a sala é uma excelente opção para esses dias de verão, principalmente nos finais de semana, de poucas atrações urbanas de nossa cidade. Aproveite. E um abraço pra turma do Arnaldo Henke.
Coluna publicada em 26 de janeiro de 2008.

Nenhum comentário: