domingo, 11 de maio de 2008

Sobre tarifas e pedágios

Quinta-feira, durante uma visita guiada à planta industrial da Ambev, em Águas Claras, o fotógrafo Mauro Matiotti teve sua curiosidade respondida e permitiu que muitos também ficassem sabendo (inclusive eu) porque a nossa fábrica é chamada de Águas Claras do Sul, mesmo que o distrito se denomine apenas de Águas Claras. É tão somente para diferenciar de outra filial que existe no nordeste do Brasil. Mas lá ela não de chama Águas Claras do Norte (ou nordeste), é só Águas Claras.
Mas isso não vem ao caso. O que importa é que tivemos a oportunidade, com outros convidados, de conhecer o processo de fabricação de alguns produtos e receber a notícia de que uma nova linha de produção já estava operando, agora para o envasamento de garrafas do tipo PET, aquelas de refrigerantes. É promessa de mais postos de trabalho e isso deve ser sempre aplaudido.
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Por falar em emprego, alguém já notou que existem pessoas nas cancelas do pedágio, ali na RS040? Não interpretem a pergunta como provocação. Só que ontem ao passarmos pelo pedágio me dei conta que, como costumam dizer, a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco. Será que nas cláusulas do contrato de concessão, quando se determinou a que sindicato estes trabalhadores das rodovias pedagiadas deveriam se unir, havia alguma recomendação para o caso de decisão judicial liberando o pagamento de alguns usuários, para a garantia de empregos? Acho que não. Volto a afirmar: não sou a favor do pedágio. Não da maneira que ele foi instalado no município. Repito o que já disse anteriormente, tenho certeza que ele foi mal negociado, e sabemos o porquê. Porque os contratos foram construídos dentro de gabinetes fechados, sem conhecer a realidade dos municípios. A quem interessava explorar, só o filé mignon foi servido. Quem ofereceu a concessão, parece que só se interessava pelo tilintar das moedas ao final do leilão dos pacotes montados.
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Que eu me lembre, a duplicação da RS040, a Avenida Senador Salgado Filho e a Rodovia Tapir Rocha (tanto nome pra uma estrada só) já deve estar completando uns 25 anos. Foi entre os governos de Amaral de Sousa e Jair Soares, se não me engano. Pois nosso grande eixo de ligação para Porto Alegre já está mostrando o peso da idade e da sobrecarga. E não temos nenhuma alternativa, o que é pior. Fora os defeitos nas pistas de rolagem, o tráfego em seus pontos de ligação com outras vias está saturado. É o caso do trevo do Cocão, das entradas da Santa Isabel e Cecília e aqui no Centro. Se nosso pedágio fosse negociado de outra forma e este trecho estivesse incluído, pelo menos para os investimentos iniciais, talvez o monstro do pedágio não nos assustasse tanto. É o que acontece na rodovia que vai da Scharlau, em São Leopoldo até São Vendelino, na entrada da Serra Gaúcha. Pagamos para usar aquela estrada e notamos que os recursos são investidos ali mesmo. Ainda que a duplicação aconteça a passos lentos ela está acontecendo! E lá pagamos menos que aqui em Viamão.
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Agora temos um novo desafio. A renovação do contrato dos serviços de água e esgoto. Opiniões à parte sobre como deve ser esta operação (alguns acham que devemos municipalizar os serviços, outros acham que devemos renovar com a CORSAN), o que importa mesmo é que, novamente, não podemos permitir que os contratos sejam confeccionados em salas climatizadas, por técnicos que só pensam no retorno financeiro que um empreendimento desses pode gerar. Que não conhecem a realidade de Viamão. Na questão do pedágio, infelizmente não nos deixaram participar e reverter qualquer decisão nociva à população. Mas acho que aprendemos a lição. Depois não adianta reclamar.

Coluna publicada em 29 de setembro de 2007.

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