Mas façamos um exercício de reflexão. Na Grande Porto Alegre existem nove emissoras de TV aberta, entre VHF e UHF. Acho que com exceção da Ulbra TV que tem endereço em Canoas, as demais emissoras vão transmitir a propaganda eleitoral gratuita dos políticos porto-alegrenses em 2008. E aí, novamente, ficaremos por dentro de tudo que acontece na corrida eleitoral do Grande Buraco Negro. Talvez nem tenhamos propaganda por rádio, já que a Liberdade FM trocou de donos e talvez tenham levado o CNPJ da empresa para Porto Alegre (isso se o Ministério das Comunicações deixar).
Aí você pergunta: e daí? Ninguém assiste ao programa eleitoral mesmo. É uma chatice. Concordo. Mas a Voz do Brasil também era uma chatice, que cumpria com seu papel de difusora da informação oficial, e muita gente escutava, e me incluo nesta gente. O que interessa é que o espaço gratuito em período eleitoral, se não é importante pelo menos corrige algumas distorções do poder das campanhas partidárias. Corrige até certo ponto porque não nos dá a chance de conhecer os candidatos de nossa cidade.
O que eu proponho, e deixo aberto para que quiser levar a idéia adiante, é que se faça uma distribuição das emissoras de TV pelos maiores colégios eleitorais da Região Metropolitana. Assim Porto Alegre ficaria com um canal, Viamão com outro, Gravataí com mais um e por aí vai. Se hoje o horário político nos dá duas opções, assista ou faça outra coisa, teríamos mais uma opção: assista a propaganda do seu município. Ou daquele que lhe interessa. Sem contar que aumentaríamos o número de empregos, pois a produção destes espaços televisivos precisa de mais pessoas envolvidas. Mas o maior ganho é a qualidade da informação. Sei que o bom político não é o que aparece melhor na telinha (Collor já provou isso – e o Lula também), mas temos que lutar pela ampliação do espaço destinado a nossos municípios nas grandes mídias. Senão ficaremos sempre indignados com a maneira como estes veículos nos tratam.
###
Depois da palestra que apresentamos, eu e o Lilja, na Feira Literária, semana passada, um dos organizadores me confidenciou que a idéia é levar a edição do próximo ano para a Santa Isabel. Como isabelense, acho ótimo. Mas bairrismos a parte, o importante é que devemos buscar alternativas aos espaços culturais de nossa cidade. O centro já mostrou que não possui estrutura para receber eventos maiores, visto que a chegada e a saída de ônibus trazendo as escolas dificultam o nosso, já confuso, trânsito. Além do mais, a Santa Isabel também perece conseguir alongar a agitação do dia com mais naturalidade, pois não tem seu ritmo ditado pelos horários dos bancos e das repartições públicas. Se evoluir essa idéia, tem meu apoio.Coluna publicada em 13 de outubro de 2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário