domingo, 11 de maio de 2008

Espaço reservado para propaganda eleitoral gratuita

Ainda falta um ano para o pleito municipal, mas as forças políticas locais já estão se mobilizando. Porém essa movimentação é só para consumo interno e principalmente, só está interessando à nossa classe política. Na geral, nossa população sabe mais da novela do Fogaça, que trocou de partido do que das questões viamonenses. Culpa de quem? Da grande mídia! Pronto já temos um bode expiatório para nossa falta de informação.
Mas façamos um exercício de reflexão. Na Grande Porto Alegre existem nove emissoras de TV aberta, entre VHF e UHF. Acho que com exceção da Ulbra TV que tem endereço em Canoas, as demais emissoras vão transmitir a propaganda eleitoral gratuita dos políticos porto-alegrenses em 2008. E aí, novamente, ficaremos por dentro de tudo que acontece na corrida eleitoral do Grande Buraco Negro. Talvez nem tenhamos propaganda por rádio, já que a Liberdade FM trocou de donos e talvez tenham levado o CNPJ da empresa para Porto Alegre (isso se o Ministério das Comunicações deixar).
Aí você pergunta: e daí? Ninguém assiste ao programa eleitoral mesmo. É uma chatice. Concordo. Mas a Voz do Brasil também era uma chatice, que cumpria com seu papel de difusora da informação oficial, e muita gente escutava, e me incluo nesta gente. O que interessa é que o espaço gratuito em período eleitoral, se não é importante pelo menos corrige algumas distorções do poder das campanhas partidárias. Corrige até certo ponto porque não nos dá a chance de conhecer os candidatos de nossa cidade.
O que eu proponho, e deixo aberto para que quiser levar a idéia adiante, é que se faça uma distribuição das emissoras de TV pelos maiores colégios eleitorais da Região Metropolitana. Assim Porto Alegre ficaria com um canal, Viamão com outro, Gravataí com mais um e por aí vai. Se hoje o horário político nos dá duas opções, assista ou faça outra coisa, teríamos mais uma opção: assista a propaganda do seu município. Ou daquele que lhe interessa. Sem contar que aumentaríamos o número de empregos, pois a produção destes espaços televisivos precisa de mais pessoas envolvidas. Mas o maior ganho é a qualidade da informação. Sei que o bom político não é o que aparece melhor na telinha (Collor já provou isso – e o Lula também), mas temos que lutar pela ampliação do espaço destinado a nossos municípios nas grandes mídias. Senão ficaremos sempre indignados com a maneira como estes veículos nos tratam.
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Depois da palestra que apresentamos, eu e o Lilja, na Feira Literária, semana passada, um dos organizadores me confidenciou que a idéia é levar a edição do próximo ano para a Santa Isabel. Como isabelense, acho ótimo. Mas bairrismos a parte, o importante é que devemos buscar alternativas aos espaços culturais de nossa cidade. O centro já mostrou que não possui estrutura para receber eventos maiores, visto que a chegada e a saída de ônibus trazendo as escolas dificultam o nosso, já confuso, trânsito. Além do mais, a Santa Isabel também perece conseguir alongar a agitação do dia com mais naturalidade, pois não tem seu ritmo ditado pelos horários dos bancos e das repartições públicas. Se evoluir essa idéia, tem meu apoio.

Coluna publicada em 13 de outubro de 2007.

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