Muitas vezes queremos que Viamão não mude. Sonhamos com a cidade de nossa infância, de cadeira na varanda, futebol no terreno baldio e expedição nas sangas e matos próximos às nossas casas. Pois bem, acabaram-se os campinhos de várzea, e sangas viraram verdadeiros esgotos a céu aberto. Então nossas vilas já não são as mesmas, e sonhamos em ir morar mais longe. A saída foram os sítios de lazer, os condomínios fechados. Seremos novamente pioneiros, criaremos um novo lugar para morar, um belo e novo “Viamão”!
Mas e o velho? O que faremos com ele? Nada, já está degradado, e nós mesmos o fizemos assim, não cobrando políticas públicas, coisa que agora queremos com garantias. Só que agora, em tempos de globalização, as políticas públicas podem ser na verdade privadas, e muitas vezes corporativistas (Deus nos livre!). Já ouvimos muitas vezes que Viamão será sempre assim. É sua vocação de cidade-dormitório. Vocação? Particularmente acredito que seja resignação.
Um novo Plano Diretor foi aprovado. Trouxe novas considerações acerca de nosso município, mas a “solucionática” não pode desconsiderar nossas realidades sociais e históricas. Cabe ao CONCIVI, Conselho da Cidade de Viamão, que estará sendo escolhido neste sábado, para um mandato de três anos, encontrar o entendimento e desvendar a verdadeira vocação de nossa terra. Os instrumentos já foram apresentados. O Plano Diretor Participativo parece contemplar as aspirações de nossa comunidade. Mas é no dia a dia que vamos transformar esta cidade em um lugar melhor para vivermos. Não é só nos gabinetes que se faz essa cidade. Ela muda, se transforma e evolui todos os dias nas nossas casas, vilas e campos. Mas o principal é para entendermos Viamão é entendermos o viamonense.
Nostalgia: nos.tal.gi.a
s. f. Tristeza e abatimento mais ou menos profundos causados pelo afastamento de lugares, pessoas ou coisas que se amam e pelo desejo de as tornar a ver.
Saudosismo: sau.do.sis.mo
s. m. Apego ao passado. 2. Tendência a elogiar o passado.
Coluna publicada em 28 de julho de 2007.
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