domingo, 11 de maio de 2008

O Alaska

Você acredita que exista alguém que conhece todo o nosso município? Que conheça cada cantinho de Viamão, aquela esquina mais remota, aquele fim de campo mais ao longe que possa existir? Eu particularmente acho que não. Pode ser até que exista alguém que tenha essa capacidade, que realmente gastou a sola do sapato, mas será que em algum momento essa pessoa levantou os olhos, parou e pensou: como é grande esse Viamão! Como é bela essa terra, apesar de todas as dificuldades e agruras!
Poucos municípios têm um cenário que se descortina tão fantástico. Temos nosso “mar”, com seu pôr do sol indescritível. Temos praias de areias branquíssimas, temos coxilhas e rincões verdejantes, temos uma história riquíssima pra contar. Temos um cenário maravilhoso esperando pelos turistas que hoje ainda estão olhando para outras paisagens gaúchas. Antes que uma crítica é só uma constatação, e mérito destas cidades que souberam vender o seu peixe. Mas a gente chega lá.
Essa semana estive na vizinha Alvorada, e percorri a estrada, que nos leva até lá, pela Vila Elza. Parece difícil de acreditar, mas lá ao longe, pertinho de Alvorada, depois de contemplarmos cenas bucólicas da paisagem semi-agropastoril, se apresenta aos nossos olhos um núcleo urbano. E viamonense, acima de tudo. Digo isso, porque apesar de estar ali, coladinha em Alvorada, aqueles moradores, nossos irmãos viamonenses, reafirmam sua identidade. Essa semana conversava com alguns moradores daquela região – Vila Elza, Vila Helenita, entre outras – e brinquei que, para eles, era mais fácil e tranqüilo tocarem as suas vidas, atrelados à Alvorada, usando os serviços daquela cidade, utilizando os bancos e supermercados de lá. E para minha surpresa eles em coro, me devolveram um “não!” como resposta. Isso foi antes de passar por aquelas vilas, que eu já conhecia, mas não tinha parado e levantado os olhos para admirá-las.
E estou apaixonado! Apaixonado por aquele lugar. O mais setentrional núcleo urbano de nossa terra! O nosso “Alaska”. Estou apaixonado por aquelas pessoas que reafirmam a identidade viamonense. Quando muitos reclamam, criticam e desertam a condição de viamonenses (indo aos “shoppings” de outras cidades, acreditando que só o que Viamão tem de bom é a RS040), estes cidadãos, apesar de sofrerem as mesmas dificuldades que sofremos todos nós, ainda que possa parecer mais fácil dar as costas para nossa condição, aceitá-la e buscar uma maneira mais confortável de tocarem seu dia a dia, dizem um “não!”, tão constrangedor, que até agora estou envergonhado de ter brincado com a situação deles. Aos meus amigos da Vila Elza, meus sinceros agradecimentos, pela carraspana.
***
Sobre carnavais
Trocando de assunto, já começaram os ensaios da Unidos de Vila Isabel, na quadra da escola, ali no Campo da Bica. Se você nunca foi a uma quadra de ensaios, não perca tempo. Todos os domingos, a partir das 21 horas, Arizinho, sua afinada harmonia e a bateria nota dez, dão um espetáculo, junto com a comunidade que faz um colorido show, com as passistas e casais de Porta-bandeira e Mestre-sala e as nossas maravilhosas Porta-estandartes. Eu sou suspeito para falar, mas posso dizer que depois que você participar de um ensaio, vai mudar sua opinião sobre carnaval. A Vila faz um carnaval bonito, e é, sem dúvida, o maior representante da cultura viamonense de todos os tempos.
Um abração
Um bom exemplo? A empresária Rita Bringhenti é uma dessas pessoas que se envolveu com as coisas do carnaval e agora está levando a família toda pra se divertir na Vila Isabel. Para a Rita, seu maridão, o Paulo e a pequena Duda, vai o nosso abraço.

Coluna publicada em 10 de novembro de 2007.

Nenhum comentário: