Poucos municípios têm um cenário que se descortina tão fantástico. Temos nosso “mar”, com seu pôr do sol indescritível. Temos praias de areias branquíssimas, temos coxilhas e rincões verdejantes, temos uma história riquíssima pra contar. Temos um cenário maravilhoso esperando pelos turistas que hoje ainda estão olhando para outras paisagens gaúchas. Antes que uma crítica é só uma constatação, e mérito destas cidades que souberam vender o seu peixe. Mas a gente chega lá.
Essa semana estive na vizinha Alvorada, e percorri a estrada, que nos leva até lá, pela Vila Elza. Parece difícil de acreditar, mas lá ao longe, pertinho de Alvorada, depois de contemplarmos cenas bucólicas da paisagem semi-agropastoril, se apresenta aos nossos olhos um núcleo urbano. E viamonense, acima de tudo. Digo isso, porque apesar de estar ali, coladinha em Alvorada, aqueles moradores, nossos irmãos viamonenses, reafirmam sua identidade. Essa semana conversava com alguns moradores daquela região – Vila Elza, Vila Helenita, entre outras – e brinquei que, para eles, era mais fácil e tranqüilo tocarem as suas vidas, atrelados à Alvorada, usando os serviços daquela cidade, utilizando os bancos e supermercados de lá. E para minha surpresa eles em coro, me devolveram um “não!” como resposta. Isso foi antes de passar por aquelas vilas, que eu já conhecia, mas não tinha parado e levantado os olhos para admirá-las.
E estou apaixonado! Apaixonado por aquele lugar. O mais setentrional núcleo urbano de nossa terra! O nosso “Alaska”. Estou apaixonado por aquelas pessoas que reafirmam a identidade viamonense. Quando muitos reclamam, criticam e desertam a condição de viamonenses (indo aos “shoppings” de outras cidades, acreditando que só o que Viamão tem de bom é a RS040), estes cidadãos, apesar de sofrerem as mesmas dificuldades que sofremos todos nós, ainda que possa parecer mais fácil dar as costas para nossa condição, aceitá-la e buscar uma maneira mais confortável de tocarem seu dia a dia, dizem um “não!”, tão constrangedor, que até agora estou envergonhado de ter brincado com a situação deles. Aos meus amigos da Vila Elza, meus sinceros agradecimentos, pela carraspana.
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Sobre carnavaisTrocando de assunto, já começaram os ensaios da Unidos de Vila Isabel, na quadra da escola, ali no Campo da Bica. Se você nunca foi a uma quadra de ensaios, não perca tempo. Todos os domingos, a partir das 21 horas, Arizinho, sua afinada harmonia e a bateria nota dez, dão um espetáculo, junto com a comunidade que faz um colorido show, com as passistas e casais de Porta-bandeira e Mestre-sala e as nossas maravilhosas Porta-estandartes. Eu sou suspeito para falar, mas posso dizer que depois que você participar de um ensaio, vai mudar sua opinião sobre carnaval. A Vila faz um carnaval bonito, e é, sem dúvida, o maior representante da cultura viamonense de todos os tempos.
Um abração
Um bom exemplo? A empresária Rita Bringhenti é uma dessas pessoas que se envolveu com as coisas do carnaval e agora está levando a família toda pra se divertir na Vila Isabel. Para a Rita, seu maridão, o Paulo e a pequena Duda, vai o nosso abraço.
Coluna publicada em 10 de novembro de 2007.
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